A antena da Oi próxima ao sítio usado por Lula em Atibaia
01/10/2016 23h50
A Polícia Federal do Paraná abriu mais um inquérito para investigar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O foco é a antena da empresa de telefonia Oi instalada nas proximidades do sítio em Atibaia (SP) usado pela família do petista.
A Polícia Federal do Paraná abriu mais um inquérito para investigar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O foco é a antena da empresa de telefonia Oi instalada nas proximidades do sítio em Atibaia (SP) usado pela família do petista.
O objetivo da investigação, segundo policiais envolvidos no caso, é
apurar as relações entre Lula, a Oi e a Andrade Gutierrez, que era uma
das controladoras da empresa de telefonia na época em que foi feita a
negociação para instalar a antena, em 2010.
A PF vai apurar também se o equipamento foi uma contrapartida de algum
favorecimento que o ex-presidente possa ter proporcionado a essas
companhias.
Em fevereiro deste ano, a Folha informou que um amigo de Lula, o
ex-sindicalista e hoje funcionário da Oi José Zunga Alves de Lima, foi o
responsável por conseguir a instalação da antena no terreno próximo ao
sítio. O equipamento passou a funcionar em setembro de 2011.
Segundo a reportagem, Zunga fez as gestões internas na Oi para que a antena fosse colocada como um "presente" para o petista.
Engenheiros estimam o gasto de R$ 1 milhão para instalá-la e fazê-la
funcionar. O equipamento fica a 150 metros da propriedade rural.
Em 2008, Zunga foi indicado por Lula para integrar o conselho consultivo
da Anatel. Dois anos depois foi afastado por conflito de interesses,
porque trabalhava na Oi.
A Andrade Gutierrez, que firmou acordo de delação premiada com os
procuradores da Lava Jato, não fez revelações sobre o episódio.
Segundo a Folha apurou, perguntado sobre a antena pelos
investigadores, o ex-presidente do grupo Otávio Azevedo Marques disse
que a autorização para sua instalação não passou por ele.
INQUÉRITOS
Além da investigação sobre a antena, existem mais quatro inquéritos
sobre Lula na PF do Paraná. O petista já é réu em duas ações penais. A
ideia da polícia é finalizar pelo menos três investigações até novembro.
Um dos inquéritos é sobre as benfeitorias feitas pelas empreiteiras OAS e
Odebrecht no sítio em Atibaia, que será finalizado na próxima semana,
segundo a PF.
Há também uma investigação sobre supostas palestras pagas e não
realizadas pelo ex-presidente, que envolvem a LILS –empresa aberta pelo
petista após deixar a presidência. Outro inquérito apura se o Instituto
Lula cometeu "desvio de finalidade", ou seja, não se comportou como uma
empresa sem fins lucrativos, o que lhe confere o direito de não pagar
impostos.
A última investigação é sobre a ocultação de uma cobertura em São
Bernardo do Campo (SP) que está no nome de um primo do empresário José
Carlos Bumlai, mas que é usada por Lula.
OUTRO LADO
A assessoria de imprensa de Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a
abertura de um inquérito sobre a instalação de uma antena da Oi próxima
ao sítio frequentado pela família do ex-presidente em Atibaia (SP) "não
tem nada a ver com a Petrobras" e está "completamente fora da área de
atuação da Lava Jato".
Disse ainda que tal fato mostra "que a operação infelizmente tem se
desviado do seu objetivo de investigar corrupção na estatal para se
tornar um processo de perseguição política feito para alimentar
manchetes de jornais."
A Oi afirmou que não tem conhecimento sobre o inquérito e, por isso, não
irá se manifestar, mas que presta todos os esclarecimentos pedidos
pelas autoridades.
Já a Andrade Gutierrez disse que não é mais acionista da Oi e que na
época da instalação da antena o assunto só foi tratado pela empresa de
telefonia.
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POLÍTICA E ECONOMIA