SÃO
PAULO — A defesa do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, pediu
ao juiz Sérgio Moro prazo de 55 dias para apresentar a defesa prévia à
denúncia feita pelo Ministério Público Federal, de lavagem de dinheiro
por ter pedido à OAS que pagasse pela armazenagem do acervo presidencial
de Lula. O serviço, pago pela empreiteira de 2011 a 2016, custou R$ 1,3
milhão.
O advogado de Okamotto argumentou que a denúncia veio
acompanhada de 305 anexos, com 16 mil folhas, e que a os 13 procuradores
da força-tarefa da Lava-Jato tiveram amplo acesso ao inquérito desde 22
de julho passado, o que deixa a defesa em situação de desvantagem no
confronto com a acusação.
O pedido é o mesmo feito pela defesa do ex-presidente Lula, que foi negado nesta terça-feira pelo juiz Sérgio Moro.
Okamotto sequer foi ainda citado da denúncia, uma vez que o advogado
dele afirmou, na petição apresentada ao juiz, que o oficial de Justiça
não o encontrou em sua residência, em São Bernardo do Campo.
Depois da citação, a defesa tem prazo de 10 dias para apresentar suas alegações preliminares.
O
advogado de Okamoto, Fernando Fernandes, também pediu que seja juntado
ao processo contratos da OAS com a Petrobras e comprovantes de
pagamentos à empreiteira. O Ministério Público Federal afirmou, na
denúncia, que os benefícios ao ex-presidente Lula saíram de obras das
refinarias da Petrobras no Paraná e em Pernambuco. Pediu ainda acesso ao
acervo do ex-presidente Lula, que está depositado na sede do Sindicato
dos Metalúrgicos e no Banco do Brasil, mas encontra-se lacrado por
determinação da Justiça. A defesa disse que precisa avaliar eventual
pedido de prova documental ou pericial do conteúdo do acervo.
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