petrolão
O ex-presidente Lula em ato no ABC contra o impeachment de Dilma Rousseff. Leia mais
A Polícia Federal indiciou por corrupção o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva por suspeita de beneficiar um parente, Taiguara Rodrigues,
em contratos com a empreiteira Odebrecht. Rodrigues, sobrinho da
primeira mulher de Lula, e Marcelo Odebrecht, ex-presidente e herdeiro
da construtora, foram indiciados por corrupção e lavagem de dinheiro.
Enviado na terça (4) para análise do MPF (Ministério Público Federal), o
relatório final dos policiais sustenta que a Odebrecht ofereceu ao
empresário vantagens indevidas no valor de R$ 20 milhões, que foram
distribuídas em 17 contratos firmados entre e a empreiteira baiana e
Exergia do Brasil, de Rodrigues.
Na hipótese defendida pelos policiais, Lula interpôs Rodrigues no
esquema para que ele recebesse recursos obtidos pela Odebrecht via BNDES
por obras que fez em Angola. Os policiais acreditam que parte desse
dinheiro pode ter chegado a Lula.
Trocas de mensagens entre Taiguara Rodrigues e um dos seguranças de Lula
indicam que ele falava com frequência com o petista sobre sua atuação
em Angola, inclusive quando o tio ainda era presidente.
Em um documento de 2008 apreendido com o empresário, ele relata que teve
uma conversa de 50 minutos com Lula, que tinha lhe dado "carta branca".
Cerca de 20 dias depois, há o registro de troca de mensagens entre
Taiguara e um interlocutor em Angola em que ele diz que iria para
Brasília tratar da constituição da Exergia. Poucos meses depois a
empresa foi aberta.
Para a PF, Lula atuou diretamente para que Rodrigues abrisse a empresa.
A polícia também tem registros de trocas de mensagens entre Rodrigues e
um segurança de Lula combinando de se encontrar em Luanda, em Angola, em
2014.
De acordo com as mensagens Lula e o Rodrigues ficaram no hotel Epic Saná, onde se reuniram.
O relatório é a conclusão da operação Janus, deflagrada em maio e que teve Taiguara como dos alvos.
Em depoimento à PF, o empresário Taiguara Rodrigues dos Santos afirmou
que recebe os R$ 20 milhões para intermediar contatos para a Odebrecht
em Angola via sua empresa. Ele também afirmou que o único cliente que a
sua empresa teve foi a empreiteira baiana.
Uma secretaria dele que também depois aos policiais afirmou que ela
pagava apenas despesas pessoais de Taiguara Rodrigues, e que estas eram
muito altas.
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POLÍTICA E ECONOMIA