petrolão
Um novo delator da Operação Lava Jato, apontado como um dos
distribuidores de propina decorrente de contratos da Transpetro para a
cúpula do PMDB, disse ter entregue dinheiro ao presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), segundo a revista "Veja" desta semana.
O advogado e empresário Felipe Parente, que fechou um acordo de
colaboração com o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal,
afirmou ainda que levou dinheiro para uma assessora de confiança do
senador Jader Barbalho (PMDB-PA).
O delator trabalhava para Sérgio Machado, que presidiu a Transpetro e
fez uma delação considerada devastadora para a cúpula do PMDB, por
conter gravações de Renan, do senador Romero Jucá (PMDB-RR) e do
ex-presidente José Sarney. Numa delas, Jucá fala que é preciso fazer um
pacto para "estancar a sangria" da Lava Jato.
Segundo Machado, Renan recebeu subornos que somam R$ 32 milhões entre
2004 e 2014. Até 2007, quem fazia as entregas a Renan, segundo Machado,
era Felipe Parente.
Machado dirigiu por 12 anos a Transpetro, uma subsidiária da Petrobras, por indicação do PMDB do Senado.
O delator afirmou que entregava propina para uma assessora de Barbalho
chamada Iara. Segundo os investigadores, trata-se de Iara Jonas, que
trabalha com o senador há 22 anos.
Ao ver uma foto da funcionária, Parente reconheceu-a como a destinatária
do suborno. Iara disse à revista não se lembrar de Parente.
Segundo a revista, o chamado "homem da mala" do PMDB era organizado,
anotava todas as entregas que fazia e os locais do encontro.
Machado disse que Jader recebeu R$ 4,2 milhões, dos quais R$ 3 milhões foram repassados em espécie.
Já Sarney, de acordo com Machado, teria sido agraciado com R$ 18,5
milhões desviados da Transpetro –o que ele nega enfaticamente. Jucá e o
senador Valdir Raupp (PMDB-RO) teriam recebido R$ 21 milhões e R$ 850
mil, respectivamente.
Os senadores e o ex-presidente Sarney dizem não conhecer Parente e negam com ênfase ter recebido recursos.
Renan disse à "Veja" que a possibilidade de acharem impropriedades em
suas contas eleitorais e pessoas "é zero". Já Sarney afirmou: "Não
conheço Felipe Parente. O Sérgio não teria coragem de falar isso
comigo".
Nenhum comentário:
Postar um comentário
POLÍTICA E ECONOMIA