petrolão
Rivaldo Gomes/Folhapress
Presente
em 21 países, com 168 mil funcionários, o Grupo Odebrecht tem receita
de R$ 107,7 bilhões e lucro de R$ 498 milhões ao ano. Muitos de seus
braços são investigados pela Operação Lava Jato, o que levou em junho à
prisão do presidente da empresa. Na imagem, funcionários limpam a
fachada da sede, em São Paulo, após protesto. Conheça 22 braços do
grupo. Leia mais
A Odebrecht deve incluir mais 30 funcionários no acordo de delação
premiada que negocia com o Ministério Público Federal. Se isso
acontecer, a empresa pode ter ao todo mais de 80 delatores na Operação
Lava Jato.
Os novos nomes passaram a fazer parte das negociações há cerca de duas
semanas, quando foi fechado o escopo do que a empresa irá relatar.
Inicialmente, a empreiteira negociava um acordo para 53 executivos,
entre eles o ex-presidente e herdeiro do grupo baiano, Marcelo
Odebrecht, preso há um ano e quatro meses em Curitiba.
No decorrer das conversas, eles trouxeram informações que incluíram
outros funcionários do grupo. Os procuradores sugeriram, então, que
esses citados relatassem os fatos dos quais participaram.
Se forem contemplados no acordo, parte deles entrará na categoria de
lenientes, ou seja, sem sanções penais ou multas. A questão deve ser
decidida na próxima semana, a partir da análise dos relatos.
Já os demais 53 terão pela frente cenário mais difícil. Só de multa, terão que pagar, segundo a Folha
apurou, 30% dos últimos dez anos de salário que receberam da empresa.
Aqueles com cargos mais altos perderão ainda os bônus que receberam em
contas no exterior.
No entanto, muitos devem se livrar da prisão, sobretudo os que já
cumpriram preventiva –com exceção de Marcelo Odebrecht. Eles iniciarão
as penas acordadas em regime domiciliar.
Até o momento, os procuradores bateram o martelo nos acordos de mais de 40 executivos da companhia.
Penas, multas e o escopo do que será falado foram definidos, faltando
assinar o documento, fato que deve acontecer no próximo mês, segundo
envolvidos nas tratativas.
Entre os acordos está o que envolve Marcelo Odebrecht. O herdeiro queria
sair da prisão logo após fechar delação, mas os procuradores insistiam
que ele completasse quatro anos em regime fechado.
Segundo a reportagem apurou, as conversas avançaram e a pena diminuiu em
relação ao inicialmente desejado pela força-tarefa, mas o tempo que ele
continuará preso ainda é mantido em segredo.
Marcelo externou muita irritação
com o fato de ter que permanecer mais tempo preso após a homologação de
sua colaboração. Pessoas que tiveram contato com ele disseram que o
empreiteiro chegou a reagir com gritos na carceragem ao receber a
notícia.
CONTEÚDO
A delação da Odebrecht é uma das mais aguardadas pela força-tarefa da Lava Jato.
Nas conversas preliminares, políticos de vários partidos foram
mencionados, entre eles o presidente Michel Temer, os ex-presidentes
Lula e Dilma Rousseff, o ministro tucano José Serra (Relações
Exteriores), governadores e parlamentares. Todos negam irregularidades.
Há executivos que ainda não conseguiram fechar acordo com os procuradores, entre eles o ex-diretor Alexandrino Alencar,
que chegou a ficar quatro meses preso em 2015. Os procuradores
acreditam que Alencar esconde informações, boa parte referentes a Lula,
com quem tinha relação de proximidade.
Outro funcionário do grupo que teve o acordo rejeitado recentemente foi o
vice-presidente de relações institucionais da Odebrecht em Brasília,
Claudio Melo Filho.
Assim como Alencar, ele estaria preservando políticos, segundo
envolvidos na negociação. Pessoas próximas de Alencar e Melo, porém,
dizem que nas últimas horas da sexta-feira (14) as conversas avançaram e
os dois podem fechar o acordo.
Procurada, a Odebrecht não quis se manifestar.
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