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Bilhete de Mônica Moura apreendido pela Polícia Federal |
Uma das maiores apreensões do governo Dilma e do PT em relação à nova fase da Lava Jato é a situação da mulher de João Santana, Mônica Moura, por causa do bilhete enviado ao lobista Zwi Skornicki dando orientações sobre como enviar pagamento a ela no exterior.
Na avaliação de assessores presidenciais e de petistas, o bilhete virou
uma "arma" da Polícia Federal contra o casal e pode ser visto "quase
como uma confissão de algum tipo de ilegalidade".
Um interlocutor do Planalto disse que antes será preciso aguardar as
explicações de Mônica para o bilhete onde diz, por exemplo, "apaguei,
por motivos óbvios, o nome da empresa. Não tenho cópia eletrônica, por
segurança".
Dentro do governo, o discurso continua sendo o de que, em relação à
campanha de Dilma em 2014, nada será encontrado de ilegal nos pagamentos
a João Santana.
O problema, admitem assessores, é como Mônica Moura vai explicar por que
estava tratando de uma remessa de dinheiro ao exterior com um
representante no Brasil de um estaleiro.
Segundo a PF, o casal recebeu do lobista US$ 4,5 milhões e US$ 3 milhões da Odebrecht em contas no exterior.
Em relação aos pagamentos da empreiteira, petistas e auxiliares
presidenciais dizem que tudo indica serem relacionados a campanhas que
João Santana faz em países nos quais a empresa desenvolve obras e
serviços.
Aí, afirmam, se houve alguma irregularidade, não se refere a campanhas realizadas por ele no Brasil.
Dentro do governo, é lembrado que Mônica Moura possui temperamento forte e não tem o estilo de quem irá proteger alguém se algo de ilegal foi cometido nos pagamentos recebidos no exterior.
Interlocutores de João Santana disseram à Folha que, seguramente,
ele não tinha nenhuma relação com o esquema de desvio montado dentro da
Petrobras e deve ter uma boa explicação para os recursos recebidos lá
fora.
A dúvida, dizem, é se Santana e sua mulher foram levados a receber recursos de pessoas envolvidas em corrupção na Petrobras.
Além da nova fase da Lava Jato, o Palácio do Planalto também está
apreensivo em relação ao processo de delação dos executivos da
construtora Andrade Gutierrez.
Os depoimentos devem começar nesta semana e informações preliminares
indicam que podem tratar de doações feitas pela empreiteira para a
campanha de Dilma.
Nas palavras de um auxiliar, tudo indica que o governo Dilma não terá
refresco nas próximas semanas, o que irá contribuir para deixar mais
tenso o clima político.
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POLÍTICA E ECONOMIA