O
marqueteiro João Santana, preso na 23ª fase da Operação Lava Jato,
deixa a sede no IML após exame de corpo de delito, em Curitiba
Os procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato
afirmam pela primeira vez, em ofício à 13ª Vara Federal de Curitiba,
que o publicitário João Santana e sua mulher Mônica Moura tinham "plena
consciência" de que receberam recursos oriundos de crimes contra a
Petrobras.
A manifestação do Ministério Público Federal foi feita no pedido de prorrogação da prisão temporária deles, enviado nesta sexta-feira (26) ao juiz Sergio Moro.
No documento, os procuradores dizem ainda que Santana e Mônica "mentiram
em seus interrogatórios". Isso porque, na análise deles, os documentos
apreendidos com uma funcionária da Odebrecht revelam que eles
efetivamente receberam dinheiro em reais, no Brasil, em 2014 –ao
contrário do que haviam afirmado, de que só receberam recursos
referentes a campanhas no exterior.
Para o Ministério Público, esses valores recebidos no Brasil estão
"evidentemente vinculados a crimes praticados por executivos do grupo
Odebrecht contra a Petrobras".
"Analisando-se o panorama probatório até agora existente, observa-se que
tanto Mônica Moura quanto João Santana receberam recursos decorrentes
de crimes praticados contra a Petrobras e que tinham plena consciência
de que tais valores eram oriundos de crimes praticados contra a
Petrobras", diz o documento.
E completa: "Neste ponto, o fato de ambos terem negado o recebimento de
recursos em espécie no Brasil e de a tabela produzida por Maria Lúcia
[funcionária da Odebrecht] ter demonstrado o pagamento dos valores em
favor do casal (identificados pelo codinome Feira) denota claramente o
intuito de Mônica e João Santana em ocultar o recebimento dos recursos
que sabem ser oriundos crimes praticados contra a Petrobras".
Os procuradores também pedem a prorrogação da prisão temporária de Maria Lúcia Tavares, por causa dos documentos encontrados com ela que indicam repasses ao casal.
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