sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Para Procuradoria, Santana sabia que recursos eram desviados da Petrobras

petrolão

Heuler Andrey/Folhapress
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O marqueteiro João Santana, preso na 23ª fase da Operação Lava Jato, deixa a sede no IML após exame de corpo de delito, em Curitiba
Os procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato afirmam pela primeira vez, em ofício à 13ª Vara Federal de Curitiba, que o publicitário João Santana e sua mulher Mônica Moura tinham "plena consciência" de que receberam recursos oriundos de crimes contra a Petrobras. 

A manifestação do Ministério Público Federal foi feita no pedido de prorrogação da prisão temporária deles, enviado nesta sexta-feira (26) ao juiz Sergio Moro. 

No documento, os procuradores dizem ainda que Santana e Mônica "mentiram em seus interrogatórios". Isso porque, na análise deles, os documentos apreendidos com uma funcionária da Odebrecht revelam que eles efetivamente receberam dinheiro em reais, no Brasil, em 2014 –ao contrário do que haviam afirmado, de que só receberam recursos referentes a campanhas no exterior. 

Para o Ministério Público, esses valores recebidos no Brasil estão "evidentemente vinculados a crimes praticados por executivos do grupo Odebrecht contra a Petrobras".

"Analisando-se o panorama probatório até agora existente, observa-se que tanto Mônica Moura quanto João Santana receberam recursos decorrentes de crimes praticados contra a Petrobras e que tinham plena consciência de que tais valores eram oriundos de crimes praticados contra a Petrobras", diz o documento. 

E completa: "Neste ponto, o fato de ambos terem negado o recebimento de recursos em espécie no Brasil e de a tabela produzida por Maria Lúcia [funcionária da Odebrecht] ter demonstrado o pagamento dos valores em favor do casal (identificados pelo codinome Feira) denota claramente o intuito de Mônica e João Santana em ocultar o recebimento dos recursos que sabem ser oriundos crimes praticados contra a Petrobras". 

Os procuradores também pedem a prorrogação da prisão temporária de Maria Lúcia Tavares, por causa dos documentos encontrados com ela que indicam repasses ao casal. 




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