A rejeição das contas de 2014 da presidente Dilma Rousseff no TCU
(Tribunal de Contas da União) é considerada internamente como
irreversível. O mais provável é uma derrota unânime, apurou a Folha –com voto contrário dos nove ministros da corte.
O governo tem entre três e quatro semanas para tentar reverter o quadro. A votação deve ocorrer na primeira semana de outubro.
Na última semana, o governo entregou sua defesa final para as 15 irregularidades apontadas pelo TCU.
Entre elas estão o pagamento de despesas da União por bancos públicos e
gastos sem autorização do Congresso. A defesa oscila entre dizer que os
atos não são ilegais e que, se forem, já ocorriam e foram permitidos
pelo próprio TCU.
O parecer do tribunal será levado ao Congresso. Se houver rejeição das
contas e a posterior confirmação do veredicto pelos parlamentares,
abre-se caminho para um pedido de impeachment de Dilma.
O desrespeito aos princípios do orçamento público já colocariam o
governo em situação complicada. Mas o enfraquecimento da presidente e
estratégia de sua defesa ajudaram a piorar ainda mais o ambiente.
Declarações de que a análise estava sendo política irritaram ministros e
técnicos –é a área técnica do TCU, formada por concursados, que apontou
irregularidades.
O ministro Augusto Nardes passou a andar com seguranças,
dizendo que ele e seus assessores estão recebendo ameaças por e-mail. O
ministro da Justiça determinou à PF a abertura de uma investigação.
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