No comando A iniciativa de Dilma Rousseff de
chamar o vice Michel Temer e os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e
do Senado, Renan Calheiros, para conversas em particular foi uma
tentativa de mostrar que não está isolada e sem reação diante da crise
que corrói seu governo. A presidente quer, ainda, evitar que o PMDB se
una em torno da ideia de iniciar um processo de impeachment –negociação
que corre nos bastidores da Câmara, com expoentes de vários partidos da
base aliada.
Orelha ardendo Temer fez um relato a Dilma de vários
episódios em que Aloizio Mercadante (Casa Civil) teria “travado”
negociações que ele entabulou na articulação política. “Mas é um
desastrado”, replicou a presidente.
Uma mão… No encontro com a presidente na
terça-feira, Renan sinalizou que o Congresso pode trabalhar pela criação
de novas receitas sugeridas pelo Executivo.
… lava a outra Isso, disse o presidente do Senado,
desde que o rombo no Orçamento seja reduzido consideravelmente e o
governo dê demonstrações concretas de que vai enxugar a máquina.
Nem pro cheiro O peemedebista avalia que os 1.000
cargos comissionados que o governo prometeu cortar na reforma
administrativa são insuficientes para alterar o patamar de gastos.
Vida própria Aliados de Renan dizem que o
peemedebista ficou aliviado ao instalar a comissão para tratar da Agenda
Brasil. Acha que a percepção geral de que lançou uma boia a Dilma
começa a desgastá-lo demais.
Precursora Aliado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Paulinho da Força (SDD-SP) esteve com Aécio Neves (PSDB-MG) na terça-feira.
Antiácido Foi falar sobre a declaração do tucano de
que Cunha perderá condições de comandar a Câmara caso vire réu, que
ainda não foi digerida pelo peemedebista –e atrapalha o plano da
oposição de tocar o impeachment.
Diz aí No fim do depoimento de Ricardo Pessoa ao
juiz Sérgio Moro, nesta quarta, Roberto Brzezinski Neto, advogado de
Renato Duque, perguntou ao presidente da UTC se ele havia citado
políticos em sua delação.
Mordaça Com a resposta positiva, pediu que Pessoa
dissesse, então, os nomes. Moro interferiu, afirmando que ele não
poderia responder esse tipo de pergunta por envolver pessoas “com foro
privilegiado”.
Dois pesos? Advogados que atuam na Lava Jato diziam
não ter entendido a postura do juiz, que, recentemente, permitiu que o
lobista Julio Camargo, também colaborador, acusasse Eduardo Cunha de ter
recebido US$ 5 milhões em propina.
Conquista pela… Em vigília para pressionar o
Congresso a derrubar o veto de Dilma ao aumento escalonado de 56% ao
Poder Judiciário, servidores de Minas distribuíram doces típicos do
Estado aos parlamentares.
… boca A goiabada cascão e o doce de leite estavam
acompanhados de bilhetes pedindo que comparecessem à sessão –que acabou
encerrada por falta de quórum. “Leve a nossa gratidão e uma singela
lembrança das Minas Gerais”, dizia o texto.
Em frente João Doria Jr. nega que, em conversa que
tiveram na quinta passada, o governador Geraldo Alckmin tenha tentado
dissuadi-lo de ser candidato à pelo PSDB à Prefeitura de São Paulo.
Visitas à Folha Renan Santos e Pedro Ferreira, diretores-executivos do MBL (Movimento Brasil Livre), visitaram ontem a Folha.
Alexandre Schneider, ex-secretário municipal de Educação de São Paulo
e membro da RAPS (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade), visitou
ontem a Folha.
TIROTEIO
Não estou pescando ninguém. Mas o que posso fazer se estou com meu barco parado e os peixes começam a pular para dentro?
DO VICE-GOVERNADOR MÁRCIO FRANÇA, presidente do PSB-SP, sobre o
petista Emídio de Souza acusar seu partido e o PSD de “pescarem”
prefeitos do PT.
CONTRAPONTO
O momento é já
O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, se reuniu com líderes de
partidos aliados do governo para discutir as medidas de ajuste fiscal e a
proposta de Orçamento enviada nesta semana ao Congresso –que previa
deficit de R$ 30,5 bilhões no próximo ano. Pediu ajuda para aprovar
medidas muitas vezes impopulares.
Na sua vez de falar, Orlando Silva (PC do B-SP), ponderou que as propostas econômicas embutiam um risco de “corrosão maior” da popularidade do governo.
O ministro defendeu que o ajuste seja de longo prazo.
— Lembre-se de Keynes, ministro: a longo prazo todos estaremos mortos –retrucou o deputado do PC do B.
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POLÍTICA E ECONOMIA