Tête-à-tête A presidente Dilma Rousseff decidiu
assumir pessoalmente a articulação da votação do que o governo
considera a primeira batalha por sua permanência no cargo: a manutenção
dos vetos a itens da pauta-bomba. O Planalto decidiu centrar esforços no
Senado, onde considera mais fácil evitar derrotas. A presidente pediu à
sua equipe de articulação política uma lista com pontos pendentes das
negociações com os senadores da base e vai procurar um por um para
resolver a questão.
Todas as fichas Um interlocutor da petista resume a
importância com que o governo está vendo a votação prevista para a
próxima semana: “Se perder, acabou tudo”.
Troco 1 Líderes da articulação pró-impeachment
pretendem também iniciar um contato individual com deputados de partidos
sem posição definida. Acreditam que o governo deve avançar em breve
sobre o grupo.
Troco 2 Um dos deputados à frente da conspiração
brinca com a possibilidade de ação do Planalto: “Nós também temos a
caneta na mão: 20 ministérios e 11 mil cargos comissionados livres assim
que assumirmos o governo”.
Refundação A bancada do PMDB na Câmara fez chegar a
Dilma que a única maneira de manter parte do grupo afastada da ideia de
impeachment é entregar uma pasta de peso a uma indicação dos deputados
na reforma prevista para quarta-feira.
Eles não Os deputados dizem que Henrique Alves (Turismo), Eliseu Padilha (Aviação) e Edinho Araújo (Portos) não representam a bancada.
Nas estrelas Os trâmites adotados por Michel Temer
(PMDB-SP) em 1999 e no impeachment de Fernando Collor em 1992 serão
usados por Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para responder 90% da questão de
ordem protocolada pela oposição.
Para depois Os comentários políticos do texto lido
nesta terça no plenário por Mendonça Filho (DEM-PE) devem ser ignorados
pelo presidente da Câmara.
Deixa estar O ministro Teori Zavascki, do Supremo,
negou o pedido da Justiça Eleitoral para compartilhar com a ação em que o
PSDB pede a cassação de Dilma as provas produzidas por Ricardo Pessoa,
dono da UTC, em sua delação premiada.
Refazenda Para amenizar o impacto negativo dos
cortes no Sistema S, o governo estaria disposto a negociar as alíquotas
das contribuições pagas pelas empresas às entidades do grupo.
Nem vem A proposta foi discutida em reunião na CNI
nesta quarta. Paulo Skaf, presidente da Fiesp, e Eduardo Eugenio, da
Firjan, foram radicalmente contra qualquer tipo de negociação que
implique perdas de recursos.
Faltou combinar Além de reivindicar um valor maior
de indenização do ex-ministro Cid Gomes, Eduardo Cunha rechaça a ideia
de doar os R$ 50 mil à caridade. Ele diz que vai usar o dinheiro para
pagar seus advogados.
Puxadinho Em meio aos rumores sobre a mudança
administrativa no governo, ao menos uma reforma andou: a Secom do
ministro Edinho Silva está em obras desde o início da semana.
Linha de produção A Força Sindical, alinhada à oposição, colocou toda sua estrutura à disposição da greve dos servidores públicos.
Chão de fábrica A central ofereceu à organização carros de som, equipe de comunicação e a gráfica para confecção de materiais.
Visita à Folha João Doria Jr., pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, visitou ontem a Folha.
Estava acompanhado de Ana Lúcia Ventorim, diretora de comunicação e
conteúdo do Grupo Doria, e Vera Freire, assessora de imprensa.
TIROTEIO
O que não pode é a casuística desse processo resultar na irracionalidade do sistema de avaliação das contas do governo.
DE LUÍS INÁCIO ADAMS, advogado-geral da União, criticando a politização em torno do julgamento das contas de Dilma pelo TCU.
CONTRAPONTO
Os opostos se atraem
Na reunião de coordenação política que antecedeu o anúncio das
medidas de readequação orçamentária, na segunda-feira, discutia-se a
inclusão de uma nova mudança no seguro-desemprego no pacote.
Vários ministros argumentaram que a proposta traria muito desgaste político para pouca economia.
Katia Abreu (Agricultura) quebrou a tensão ao dizer:
–Pela primeira vez eu e o Miguel Rossetto concordamos. A direita e a esquerda pensam igual.
O titular da Secretaria-Geral entrou na brincadeira:
–Espero que seja a primeira de muitas!
–Com certeza será a última –encerrou a ministra.
Vários ministros argumentaram que a proposta traria muito desgaste político para pouca economia.
Katia Abreu (Agricultura) quebrou a tensão ao dizer:
–Pela primeira vez eu e o Miguel Rossetto concordamos. A direita e a esquerda pensam igual.
O titular da Secretaria-Geral entrou na brincadeira:
–Espero que seja a primeira de muitas!
–Com certeza será a última –encerrou a ministra.
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