Brasil em crise
Os partidos de oposição da Câmara unificaram os discursos e decidiram
implantar um movimento pró-impeachment a partir da semana que vem. A
ideia é lançar campanhas nas redes sociais e contar com o apoio da
sociedade para pressionar os demais deputados a aderirem à causa.
Não é um pedido formal de impeachment –os líderes avaliam que esse
momento ainda não chegou. Contudo, acreditam que o ambiente político é o
ideal para apostar em pressão social.
A inciativa começou a tomar corpo em reunião na manhã desta quinta-feira (3), da qual participaram PSDB, DEM, PPS, PSC e SD.
Em encontros anteriores, a possibilidade de formar uma frente
parlamentar pró-impeachment chegou a ser cogitada. Contudo, com a
intenção de não expor os participantes, já que a frente teria
integrantes e até presidente, eles optaram pelo movimento.
Um deputado à frente do movimento afirmou que, embora os líderes desse
movimento sejam conhecidos, a oposição espera outros apoios que podem,
por uma questão partidária, "precisar de anonimato".
O processo de impeachment é em boa parte dependente do presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que em junho rompeu publicamente com o
governo Dilma.
Na terça-feira (1º), Cunha teve um encontro com a presidente por cerca de uma hora.
A avaliação geral é de que ele saiu satisfeito e amenizou os ânimos no
restante da semana. Apesar disso, a oposição não acredita ter "perdido o
Cunha", nas palavras de um deles.
Um acordo prévio, que ainda não tem data para ser colocado em prática,
prevê que, quando apresentado o pedido de impeachment, Cunha não o
acate, para não tomar para si todo o ônus político da decisão. A
oposição, então, recorreria ao plenário, que precisaria avalizar ou
rejeitar a saída da presidente.
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