terça-feira, 12 de abril de 2016

Planalto esperava conseguir placar mais favorável na comissão

governo sitiado


Lúcio Távora/Ag. A Tarde/Folhapress
A presidente Dilma e o ministro Jaques Wagner na cerimônia de apresentação do navio doca no porto de Salvador, na Bahia
A presidente Dilma e o então ministro Jaques Wagner

12/04/2016 02h

A derrota na comissão do impeachment era esperada pelo Palácio do Planalto, que aguardava, no entanto, um resultado melhor que o obtido nesta segunda (11).

Em entrevista à imprensa, o chefe de gabinete da Presidência da República, Jaques Wagner, reconheceu que o governo esperava ter mais votos e que o placar final fosse de 36 a 29, uma diferença menor do que o resultado de 38 a 27. A pequena margem, contudo, foi considerada "razoável", mas não negativa.

Segundo Wagner, o Planalto perdeu os votos do deputado Washington Reis (PMDB-RJ), que ficou doente, e de mais um deputado do PSB.

Segundo o ministro, com essa faixa projetada para o plenário da Câmara, a expectativa é que a presidente consiga 213 votos, o que barraria o processo de impeachment.

A projeção realista do governo, no entanto, contabilizando traições de última hora, é que o Planalto obtenha entre 180 e 190 votos no domingo, uma margem apertada, já que são necessários 171 votos para tanto.

OFENSIVA

A presidente convocou seus principais assessores para uma reunião logo após a votação na comissão, para analisar o mapa dos votos.

Até a última hora, assessores e auxiliares presidenciais fizeram uma ofensiva por telefone a integrantes da comissão especial para tentar aumentar a margem de votos, o que não foi alcançado.

A votação final na Câmara, no plenário da Casa, deverá acontecer no próximo domingo (17). Para que o Senado seja autorizado a abrir o processo contra Dilma, e afastá-la do cargo, são necessários os votos de pelo menos 342 dos 513 deputados ""ou seja, dois terços do total (66,7%).

CONGRESSO

No Congresso, a oposição viu o resultado como uma mostra de que a votação no domingo será pelo impechment. Já os governistas minizaram o resultado.

"Foi uma vitória clara. Temos certeza de que o apoio ao impeachment crescerá nos próximos dias", afirmou o líder da minoria, deputado Mendonça Filho (DEM-PE).

"Achei o resultado muito bom para os que defendem a democracia. É um indicativo de que é muito provável de que tenhamos vitória no plenário contra o golpe", rebateu Henrique Fontana (PT-RS).

Responsável por fazer o relatório favorável ao impeachment de Dilma Rousseff, o deputado Jovair Arantes (PTB-GO) afirmou que deixa o caso como "herói".






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