quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Juiz autoriza PF a abrir inquérito sobre sítio frequentado por Lula


petrolão



O juiz federal Sergio Moro autorizou a Polícia Federal a abrir um inquérito específico para tratar da suposta relação do sítio de Atibaia (SP) frequentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a empreiteira OAS e outras empresas e pessoas investigadas na Operação Lava Jato. 



O sítio já é investigado em inquérito sobre a empreiteira e a PF quer abrir investigação própria sobre a suposta ligação de empresas com a propriedade rural. A informação consta de ofício enviado pela PF a Moro, responsável pela condução da Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba (PR). 


Em despacho de quinta-feira (4), Moro afirmou que não tem "óbice [objeção] à efetivação do desmembramento requerido pela PF", desde que o Ministério Público Federal seja consultado e não se oponha. 


O juiz explicou, no despacho, que o desdobramento das investigações "está sujeito a critérios discricionários da autoridade policial [PF], sob o controle do MPF", ou seja, a PF pode abrir eventual inquérito sem uma autorização prévia do magistrado. 


Segundo a PF informou ao juiz, o novo inquérito "demanda necessário sigilo, já que o fato ainda está em investigação". A PF pediu que os documentos da OAS relativos ao assunto sejam enviados para o futuro inquérito, que tramitará em dependência a outro inquérito já aberto. 


A Folha havia divulgado, em novembro, que a PF investigava a propriedade rural que está registrada em nome de dois sócios de um dos filhos do ex-presidente.

No último dia 29, a Folha revelou que a Odebrecht havia arcado com uma reforma no local, segundo uma fornecedora de materiais de construção. 


A propriedade está registrada em nome de Fernando Bittar e Jonas Suassuna, sócios de Fábio Luis Lula da Silva na firma Gamecorp, contratada da empresa de telefonia Oi. 


O pedido da PF para um novo inquérito foi feito no decorrer de um inquérito aberto pela Lava Jato em 2 de julho de 2014 para investigar supostos crimes de peculato e lavagem de dinheiro prestados por dirigentes da OAS. 


A investigação não corre em segredo de Justiça. Por isso, o juiz Moro chamou a atenção da PF ao observar no despacho que "não é aconselhável a anexação de documentos com sigilo elevado em procedimento que tramita sem segredo de Justiça", fazendo referência à petição em que a PF indica que vai abrir um novo inquérito sobre Atibaia. "Pedidos da espécie devem ser preferencialmente veiculados de forma apartada", escreveu o magistrado. 


OUTRO LADO
 

Procurada na noite de terça (9), a assessoria do Instituto Lula não respondeu. Jonas Suassuna tem afirmado, por meio de seu advogado, que é dono apenas de uma parte do sítio que não tem benfeitorias, onde nenhuma obra foi realizada. Bittar tem sido procurado ao longo dos últimos dias, mas não se manifestou.

SÍTIO EM ATIBAIA

Frederico Barbosa, engenheiro da Odebrecht, admitiu ter atuado na reforma no sítio. Diz ter trabalhado nas férias e não ter cobrado pelo serviço

Donos do sítio são sócios de Fábio Luis, filho de Lula

Fábio Luis, filho de Lula
Jonas Suassuna
Empresário dono do Grupo Gol, que atua no mercado editorial

Fernando Bittar 
Empresário, filho de Jacó Bittar, ex-prefeito de Campinas, e um dos melhores amigos do presidente Lula, conhecendo desde infância a família

Lula e Marisa

Comerciantes locais, políticos e amigos relatam que a família do ex-presidente frequenta o sítio quase semanalmente 

Empreiteiras investigadas pela Lava Jato

Odebrecht Segundo uma fornecedora e um prestador de serviços da obra, a empreiteira realizou a maior parte das obras no sítio

OAS
Além da suspeita sobre a Odebrecht, a PF já investiga se a empresa beneficiou a família de Lula. A apuração surgiu após a revista "Veja" publicar que o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro reformou o sítio a pedido do petista

Operação Lava Jato
Executivos da OAS e Odebrecht foram denunciados por envolvimento em corrupção na Petrobras



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