O líder do governo, senador Delcídio Amaral (PT-MS), durante votação da MP 665, do ajuste fiscal. Leia mais
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de "coisa de imbecil" o
comportamento do líder do governo no Senado, Delcidio do Amaral
(PT-MS), preso nesta quarta-feira (25) no âmbito da Lava Jato sob acusação de tentar atrapalhar as investigações.
Lula manifestou sua irritação durante almoço na sede da CUT nesta quinta-feira (26). Nas conversas, Lula demonstrou perplexidade: "Que loucura! Que idiota", repetiu.
O presidente do PT, Rui Falcão, presente no mesmo evento, afirmou que há diferença entre o ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto e o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), ambos presos no âmbito da Operação Lava Jato.
Questionado por que não manifestou ao senador, preso nesta quarta (25) acusado de atrapalhar as investigações do esquema de corrupção na Petrobras, a mesma solidariedade dedicada a Vaccari, Rui afirmou: "Existe uma diferença clara entre atividade partidária e não partidária".
O presidente do PT, Rui Falcão, presente no mesmo evento, afirmou que há diferença entre o ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto e o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), ambos presos no âmbito da Operação Lava Jato.
Questionado por que não manifestou ao senador, preso nesta quarta (25) acusado de atrapalhar as investigações do esquema de corrupção na Petrobras, a mesma solidariedade dedicada a Vaccari, Rui afirmou: "Existe uma diferença clara entre atividade partidária e não partidária".
Após a prisão de Delcídio, o presidente do PT emitiu nota para dizer que o partido "não se julga obrigado a qualquer gesto de solidariedade" a ele.
Segundo Falcão, que se diz "perplexo" com os fatos que levaram o Supremo Tribunal Federal a ordenar a prisão do senador, as tratativas atribuídas a Delcídio "não têm qualquer relação com sua atividade partidária, seja como parlamentar ou como simples filiado". Na avaliação do PT, Vaccari agiu em nome do partido. Delcídio, não.
Lula deixou a sede da CUT sem dar entrevista: "o Rui já falou", disse.
EXPULSÃO
Já o presidente do PT de São Paulo, Emidio de Souza, defendeu a expulsão do senador. Ele afirmou que alguns casos exigem reação imediata, como "o que houve em São Paulo com o envolvimento de um deputado com o crime organizado".
Essa foi uma referência a Luiz Moura, que é suspeito de envolvimento com o PCC.
Emidio disse ainda que "a bancada do PT deve se explicar" sobre as críticas à nota em que o partido nega solidariedade a Delcídio. "Apoio a nota [de Falcão]. Se não, a opinião pública nos confunde com atos delituosos", afirmou, reconhecendo que o "prejuízo ao governo é evidente".
Falcão preferiu não comentar as críticas que recebeu da bancada, mas disse que a reunião da executiva do partido trará consequências práticas ao senador. Ele não falou se será a expulsão defendida por Emidio, apesar de, na nota de quarta, sinalizar com a hipótese de abertura de um processo na comissão de ética do PT, o que poderia culminar com a expulsão de Delcídio.
"É natural [essa reação negativa da bancada]. Só vou me manifestar agora na reunião da Executiva do partido", disse, recomendando que os jornalistas ouçam o líder da bancada sobre a reação à nota.
Falcão disse que ainda não há data para a reunião em que será discutida a situação de Delcídio.
QUEIXAS
A Folha apurou que pelo menos dois ministros da chamada "cozinha do governo" desaprovaram a nota do PT: Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo). Na avaliação de governistas, a divulgação da nota, pouco antes da sessão do Senado que decidiu que Delcídio deveria continuar preso, serviu de argumento para que os senadores de outros partidos da base governistas votassem contra ele.
A veemência do texto do texto também desagradou integrantes do governo. Eles afirmam ainda que não foram consultados sobre o teor da nota.
Procurado, Jaques Wagner afirmou, por intermédio de sua assessoria, que "nunca se manifestou sobre essa nota e nem vai". Berzoini ainda não se manifestou sobre o documento.
O CASO
Nesta quarta (25), pela primeira vez desde a redemocratização, em 1985, o Supremo Tribunal Federal mandou prender um senador no exercício de seu mandato. Delcídio do Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado, foi detido de forma preventiva pela Polícia Federal acusado de obstruir as investigações da Operação Lava Jato.
A Corte ordenou ainda a prisão temporária de André Esteves, principal sócio do banco BTG, com validade de cinco dias. A prisão de Delcídio é preventiva, sem data para ser relaxada.
Relator da Lava Jato, o ministro Teori Zavascki afirmou que o petista ofereceu mesada de R$ 50 mil para que o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró não fechasse acordo de delação premiada. Além disso, Esteves garantiria outros R$ 4 milhões.
O esquema, que envolveria a fuga de Cerveró para a Espanha, via Paraguai, foi revelado a partir de uma gravação feita às escondidas por Bernardo, filho do ex-diretor. A gravação revela diálogos com a participação de Delcídio e do advogado Edson Ribeiro, que também teve a prisão decretada.
Preso em Curitiba, Cerveró acertou sua delação premiada. Uma das acusações que ele faz é a de que a presidente Dilma Rousseff sabia de irregularidades na Petrobras.
O potencial explosivo das revelações que Cerveró ainda poderá fazer preocupa o governo.
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