Alan Marques - 28.out.2015/Folhapress | |
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, chega ao Congresso Nacional |
03/11/2015 02h00
O Conselho de Ética da Câmara instaura nesta terça (3) o processo que vai analisar o pedido de cassação do mandato do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A partir de então, com a escolha do relator, começam a valer os prazos para apresentação de defesa, depoimentos de testemunhas e elaboração do relatório final.
O primeiro passo é sortear três nomes entre os 18 membros efetivos do conselho contra os quais não há impedimento para relatar a proposta. O deputado não pode ter presidido o conselho, ser do mesmo partido ou Estado do acusado nem da sigla que entrou com a representação.
Caberá então ao presidente do conselho, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), escolher um dos sorteados.
O relator pode fazer um relatório preliminar pela inépcia do caso, o que o faria ser engavetado automaticamente, a não ser que haja recurso ao plenário com assinatura de um décimo dos deputados da Casa –pelo menos 52.
O presidente do conselho disse à Folha que será um dos primeiros a assinar um desses recursos se for necessário.
Nos bastidores, fala-se que, antes da escolha, Araújo conversará com os três candidatos e averiguará qual tem mais chances de levar o caso até o fim. O presidente do conselho não quer deixar o processo acabar no início.
Após sua instalação, o Conselho de Ética deve notificar o acusado, que terá dez dias para apresentar defesa. Depois, o relator tem 15 dias –prorrogáveis por mais 15– para ouvir testemunhas e elaborar o relatório final.
Se o resultado do processo for pela cassação, o acusado terá cinco dias úteis para recorrer à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que analisará se o Conselho seguiu o regimento e a constitucionalidade das decisões.
Segundo aliados, Cunha irá usar todo o tempo garantido pelo regimento. Araújo já alegou dificuldades para comunicar ao peemedebista a data de início da análise.
Procurado pela Folha, Cunha disse não precisar "evitar notificação" e negou ter sido procurado por Araújo.
PROTESTO
Grupos contrários a Cunha picharam
a residência oficial da Presidência da Câmara nesta segunda (2).
Asfalto, guarita e placa de identificação foram pintados com a frase
"Fora, Cunha". Cerca de 400 pessoas foram ao ato, segundo organizadores.
A segurança estimou cem.
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