O ex-presidente Lula reclamou de Michel Temer nesta semana no Rio ao
dizer que o interino "cortou até o almoço" de Dilma Rousseff.
Chamando a militância para o "Fora Temer" desta sexta (10), Lula falava dos gastos de Dilma no Alvorada (de R$ 54 mil após seu afastamento) e do "cartão de suprimentos" dela, que precisou de recarga.
Temer levou mais que o almoço de Dilma.
A presidente afastada fez a maior parte do "trabalho sujo" em 2015 quando cortou o gasto público contra o desejo de seu partido e acabou por provocar a atual recessão, que ajudou a conter a inflação.
Agora, Dilma, Lula e o PT ficarão ao largo da recuperação econômica que pode dar as caras em breve, mesmo que lentamente.
O país tem hoje 11 milhões de desempregados (42% mais que há um ano) e R$ 39 bilhões em saques na caderneta de poupança de janeiro a maio, um recorde na série histórica.
O mercado de trabalho continuará jogando contra, mas sondagens entre consumidores e empresas indicam que os demais 90 milhões de empregados podem começar a consumir um pouco mais. A tênue recuperação da indústria, com 11 dos 24 setores em alta, é sinal disso.
Se Temer se mostrou quase um fiasco do ponto de vista político (com demissões de ministros e recuos), sua equipe econômica agradou o mercado e assumiu no momento em que a crise de Dilma havia chegado a um ponto de inflexão.
Infelizmente para ela, Dilma hesitou demais com suas idas e vindas em 2015. Ela própria rifou Joaquim Levy (Fazenda) no cargo e abriu o flanco para que o Congresso detonasse qualquer chance de aprovar mais medidas de ajuste, sobre as quais nem ela se convencia.
Com o PMDB e seus líderes enrolados na Lava Jato, nada também garante que Temer aprovará a base de seu ajuste, a regra de limitar à inflação o aumento dos gastos públicos.
Mas a sinalização que sua equipe vem dando ao mercado com a troca de comando no Banco Central, o desejo de tornar novamente independentes as agências reguladoras e o discurso fiscalista ("arrecadar um e gastar um", diz Temer) têm surtido efeito sobre as expectativas gerais.
Muitos dos apoiadores de Dilma e críticos de Temer dizem que a economia foi para o buraco no ano passado por culpa do Congresso, que sabotou a petista.
Mas Dilma jamais admitiu seus erros e nunca disse o que mercado e setor produtivo estavam sedentos para ouvir.
As três principais do país, Petrobras, Eletrobrás e Banco do Brasil, perderam R$ 273 bilhões em valor de mercado nos governos Dilma. A queda é de 55% em relação ao que valiam antes da petista.
FOLHA
Chamando a militância para o "Fora Temer" desta sexta (10), Lula falava dos gastos de Dilma no Alvorada (de R$ 54 mil após seu afastamento) e do "cartão de suprimentos" dela, que precisou de recarga.
Temer levou mais que o almoço de Dilma.
A presidente afastada fez a maior parte do "trabalho sujo" em 2015 quando cortou o gasto público contra o desejo de seu partido e acabou por provocar a atual recessão, que ajudou a conter a inflação.
Agora, Dilma, Lula e o PT ficarão ao largo da recuperação econômica que pode dar as caras em breve, mesmo que lentamente.
O país tem hoje 11 milhões de desempregados (42% mais que há um ano) e R$ 39 bilhões em saques na caderneta de poupança de janeiro a maio, um recorde na série histórica.
O mercado de trabalho continuará jogando contra, mas sondagens entre consumidores e empresas indicam que os demais 90 milhões de empregados podem começar a consumir um pouco mais. A tênue recuperação da indústria, com 11 dos 24 setores em alta, é sinal disso.
Se Temer se mostrou quase um fiasco do ponto de vista político (com demissões de ministros e recuos), sua equipe econômica agradou o mercado e assumiu no momento em que a crise de Dilma havia chegado a um ponto de inflexão.
Infelizmente para ela, Dilma hesitou demais com suas idas e vindas em 2015. Ela própria rifou Joaquim Levy (Fazenda) no cargo e abriu o flanco para que o Congresso detonasse qualquer chance de aprovar mais medidas de ajuste, sobre as quais nem ela se convencia.
Com o PMDB e seus líderes enrolados na Lava Jato, nada também garante que Temer aprovará a base de seu ajuste, a regra de limitar à inflação o aumento dos gastos públicos.
Mas a sinalização que sua equipe vem dando ao mercado com a troca de comando no Banco Central, o desejo de tornar novamente independentes as agências reguladoras e o discurso fiscalista ("arrecadar um e gastar um", diz Temer) têm surtido efeito sobre as expectativas gerais.
Muitos dos apoiadores de Dilma e críticos de Temer dizem que a economia foi para o buraco no ano passado por culpa do Congresso, que sabotou a petista.
Mas Dilma jamais admitiu seus erros e nunca disse o que mercado e setor produtivo estavam sedentos para ouvir.
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No evento no Rio, Lula lançou a campanha "Se é público é para todos", de valorização das empresas estatais. As três principais do país, Petrobras, Eletrobrás e Banco do Brasil, perderam R$ 273 bilhões em valor de mercado nos governos Dilma. A queda é de 55% em relação ao que valiam antes da petista.
FOLHA
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