sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Wagner recebeu desvios da Petrobras na campanha de 2006, diz Cerveró

petrolão


Pedro Ladeira/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 29-12-2015, 12h00: O ministro chefe da casa civil Jaques Wagner durante entrevista exclusiva em seu gabinete, no Palácio do Planalto. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER) ***ESPECIAL*** ***EXCLUSIVO***
O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, durante entrevista à Folha

08/01/2016 17h30

O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, um dos delatores da Operação Lava Jato, disse que o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, recebeu recursos desviados da Petrobras para sua campanha ao governo da Bahia, em 2006.

A informação foi revelada nesta sexta (8) pelo jornal "Valor Econômico". Documentos com as informações de Cerveró à Procuradoria-Geral da República foram mais tarde publicados no site do jornal "O Estado de S. Paulo".

Segundo Cerveró, "houve um grande aporte de recursos para o candidato do PT, Jaques Wagner, dirigido por Gabrielli". Wagner foi eleito ao governo da Bahia naquele ano e reeleito em 2010.

O então presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, havia decidido transferir para a Bahia o setor financeiro da estatal e, para isso, foi construído um prédio em Salvador, de acordo com o relato de Cerveró.

"Gabrielli decidiu realocar a parte operacional da parte financeira para Salvador sem haver nenhuma justificativa, pois havia espaço para a referida área no Rio de Janeiro", afirma.

"Foi construído o prédio para a área financeira da Petrobras, onde também houve propina para a eleição", completa Cerveró no depoimento feito à Procuradoria antes de fechar seu acordo de delação.

O prédio foi erguido em contrato de locação firmado em 2010 entre a Petrobras e o Petros, o fundo de pensão dos funcionários da estatal.

As empreiteiras OAS e Odebrecht, investigadas na Lava Jato, foram contratadas para a construção da torre.

DELCÍDIO

Os documentos foram apreendidos no gabinete do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), preso pela Lava Jato sob suspeita de tentar atrapalhar as investigações do esquema de corrupção na Petrobras.

Em conversa gravada pelo filho de Cerveró, Delcídio oferece uma mesada à família e discute a fuga do ex-diretor em troca de não haver delação.

OUTRO LADO

Por meio de sua assessoria de imprensa, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, chamou de "ilação" a acusação de Nestor Cerveró e ressaltou que continua à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento.

Em nota, Gabrielli afirma que "nunca soube de utilização de recursos ilegais dos fornecedores da Petrobras para a campanha do governador Jaques Wagner em 2006 ou em 2010".

O ex-presidente da Petrobras condena ainda "o método utilizado para obtenção e o conteúdo das acusações levantadas através de vazamentos seletivos de delações premiadas".






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