quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Para garantir presidência do PMDB, Temer faz recuo estratégico no impeachment

Por Painel

Recuo estratégico Michel Temer decidiu tirar o pé do acelerador do impeachment. Com isso, o vice busca a neutralidade do Planalto na disputa pela presidência do PMDB, em março, para ser reconduzido com tranquilidade ao posto. Se conseguir a unidade da sigla em torno de seu nome, Temer pavimenta o caminho dos dois desfechos possíveis para o processo contra Dilma: se a deposição tiver êxito, terá o leme na mão. Se a proposta não vingar, as pontes com o governo poderão ser refeitas.


Esperando Godot A ideia é se reeleger ao comando da legenda primeiro e, depois, ver como o impeachment caminha.

Candidato à Geni Aliados de Temer já sentiam, também, que a posição mais distante do Planalto o transformava em alvo de vazamentos na Operação Lava Jato. Auxiliares apostam que a bandeira branca estendida pelo ministro Jaques Wagner (Casa Civil) deve tirar o vice da linha de tiro momentaneamente.

Ecos de 2013 A oposição aposta na alta das tarifas do transporte público nas capitais para a retomada do clima de insatisfação da população — o que pode desaguar no aumento do apoio ao impeachment da presidente.

Tô dentro, tô fora O relatório da PF sobre as mensagens de celular trocadas por Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS, tem um índex com o nome de cerca de trinta políticos mencionados nas conversas, de ministros a parlamentares — não necessariamente interlocutores do empreiteiro.

Chega mais No capítulo dedicado a Renan Calheiros (PMDB-AL), a PF identificou seis mensagens em que “constam manifestações” para encontros entre Pinheiro e o peemedebista –parte deles na residência oficial do presidente do Senado.

Avec Élégance As trocas mostram também um assessor de Pinheiro comunicando ao chefe que seria enviada uma gravata ao senador como presente de aniversário, em setembro de 2013.

Não é meu No texto que encaminhou a seus advogados para contestar o pedido de seu afastamento do cargo, Eduardo Cunha escreveu que, em um dos onze pontos elencados pelo Ministério Público, a peça toma como sua uma mensagem de texto que não veio de seu telefone.

Caso pensado Não foi só para bancar o responsável que o governo pagou a conta integral das “pedaladas fiscais” em 2015. Ao quitar a dívida com o BNDES, por exemplo, a Fazenda deu fôlego ao banco para expandir o crédito e auxiliar Dilma na tentativa de ressuscitar o PIB.

Dinheiro na roda Devem restar ao BNDES cerca de R$ 15 bilhões para novos empréstimos. A prioridade será o capital de giro de empresas.

Vice de novo A indústria decidiu contestar a presença do Brasil na lista negra do Departamento do Trabalho dos EUA. Há anos, o país aparece em segundo lugar, com 16 setores onde há uso de trabalho forçado ou infantil. A Índia lidera. O temor é que haja dano às exportações.

A regra não é clara A CNI enviou documento ao governo dos EUA nesta segunda-feira (4) questionando a metodologia da pesquisa. Afirma ainda que o Brasil é prejudicado por dar visibilidade aos casos ao tentar combatê-los enquanto outras nações omitem as irregularidades.
ronald

Reembolso Feliz A prestação de contas do deputado Celso Russomanno (PRB-SP) revela um hábito curioso do pré-candidato à Prefeitura de SP: não há mês sem que apareça uma nota do McDonald’s entre os gastos com alimentação.

Naftalina Reduzir o número de membros do Conselhão pode ser fácil. No site do colegiado, ainda constam os ex-ministros Guido Mantega, Miriam Belchior, Ideli Salvatti e Pepe Vargas. O último, aliás, aparece duas vezes.


TIROTEIO
Haddad diz que a eleição de subprefeitos irá melhorar a qualidade da gestão. Não precisa disso. Para melhorar, basta trocar o prefeito.
DE ANDREA MATARAZZO (PSDB-SP), vereador e pré-candidato à Prefeitura de SP, sobre projeto de Fernando Haddad que prevê eleição para subprefeitos.


CONTRAPONTO
CHÁVEZ, SEU LINDO
Durante o segundo mandato do ex-presidente Lula, um de seus ministros buscava um jeito de reclamar dos constantes elogios do petista a Hugo Chávez, então presidente da Venezuela.
O apoio quase irrestrito do chefe ao polêmico e falastrão mandatário incomodava há tempos o auxiliar, que então se encheu de coragem e afirmou:
— Presidente, desse jeito vai ficar muito difícil defender o senhor — disse o ministro, sorrindo.
Lula retribuiu o sorriso e respondeu sem piscar:
— Meu caro, no dia que outro parceiro render US$ 5 bilhões em divisas, aí eu paro de elogiar o Chávez.



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