Por Painel
Igreja e Estado Em busca de votos contra o
impeachment, o Planalto passou a recorrer até a denominações religiosas
com influência na Câmara. Na semana passada, Dilma Rousseff telefonou a
Edir Macedo, líder da Igreja Universal, pedindo ajuda com a bancada do
PRB, que rompera com o governo. O bispo não embarcou na ideia, mas
prometeu “orar por ela e pelo país”. Nesta quinta, Gilberto Carvalho foi
acionado para interceder junto a parlamentares ligados à Igreja
Católica.
Vai faltar cargo O PMDB, sob um eventual governo
Temer, reduzirá o número de ministérios. Há uma proposta de um
importante aliado do vice-presidente de enxugar a estrutura da Esplanada
em mais de dez pastas.
#ListadaDilma O governo degola mais um homem de
Michel Temer. Roberto Derziê, vice-presidente da Caixa tido como da cota
do vice, deve ser exonerado do cargo nesta sexta-feira (1º).
Ninguém tem A oposição ainda não atingiu os 342 deputados necessários para derrubar a presidente da República.
Última hora Políticos experientes fazem o seguinte
prognóstico: o destino de Dilma Rousseff deve ser decidido apenas nos
dias imediatamente anteriores à votação.
Gato escaldado O governo conseguiu respirar nas
últimas 48 horas. A semana terminará com saldo positivo se o mundo da
Lava Jato seguir em calma relativa. Quem acompanha a crise lembra que as
operações costumam ocorrer às sextas.
Abaixo da cintura O PMDB ameaça deputados do PP
dizendo que, se a sigla deixar o impeachment, haverá representação no
Conselho de Ética ou na Corregedoria contra os citados na Lava Jato.
Calma, cocada Apesar das recomendações de pressa, o
Planalto não deve fechar o novo ministério até sexta. Primeiro porque
seis ministros do PMDB ainda não saíram. Segundo porque não dá para
cobrir um santo e descobrir outro. “Não podemos errar agora”, diz um
palaciano.
Olho grande O PP pediu e pode levar o Ministério da
Saúde ou da Agricultura, ambos com o PMDB. Helder Barbalho, titular de
Portos, estaria garantido no cargo. Nas contas do Planalto, ele tem
votos para entregar.
Rei posto? Sidônio Palmeira, marqueteiro próximo de
Jaques Wagner, tem dado as caras no Planalto. Com João Santana fora de
combate, há espaço para um estrategista novo.
Pisando em ovos Lula preferiu não ir à manifestação
em Brasília. Não queria estar na rua no momento do julgamento do STF.
Temia que o gesto fosse encarado como afronta.
Pausa Dilma vai dar um tempo nos atos políticos no
Planalto. Quer mostrar que o governo está governando e se concentrar nos
votos do Congresso.
Veneno Diplomatas reclamam do embaixador do Brasil
em Portugal, Mário Vilalva. Dizem que sua animação com um eventual
governo Temer está dando na vista.
Diário da crise Renata Abreu, vice-presidente do
PTN, sofre pressão de ativistas pró-impeachment. O MBL diz que ela não
escreveu em seu diário que se vendeu ao PT. A dirigente mantém o site
“Diário de uma deputada federal”.
Fora de área O movimento Vem pra Rua também divulgou o número de telefone da congressista.
Sentiu a pressão? Os ativistas não gostaram das
negociações do PTN com o governo. A sigla soltou nota a favor do
impeachment. Mas nove deputados prometem votar com Dilma.
É meu O PSB deve fechar em breve o apoio à candidatura de João Doria (PSDB-SP).
TIROTEIO
Além de descumprir a ordem do partido, esses ministros vão passar a vergonha de ser enxotados por uma presidente prestes a cair.
DO DEPUTADO CARLOS MARUN (PMDB-MS), sobre os ministros da sigla que
tentam permanecer na Esplanada apesar da decisão de romper com Dilma.
CONTRAPONTO
Esse fala a nossa língua
Na terça (29), empresários lotavam as mesas do salão da CNI
(Confederação Nacional da Indústria), em almoço promovido pela entidade,
em Brasília.
O diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio) se preparava para subir ao palco e discursar, quando um dos convidados puxou outro e perguntou ao pé do ouvido:
— Quem é aquele moço ali?
Ao ouvir que se tratava de Roberto Azevêdo, há quase três anos no cargo, disparou:
— E ele é brasileiro? Que maravilha! Precisamos conversar mais com ele!
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POLÍTICA E ECONOMIA