Paulo Okamotto argumenta ao STF que as investigações da nova fase da Lava Jato seriam "conexas" ao inquérito contra o ex-presidente e deveriam ter sido remetidas à corte
O
presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, enviou nesta sexta-feira
ao ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo
Tribunal Federal (STF), uma reclamação contra o juiz Sergio Moro, que
conduz os processos da operação em Curitiba. Segundo o documento
assinado por três advogados de Okamotto, ao autorizar a deflagração da
27ª fase da Lava Jato, a Carbono 14, Moro desrespeitou a decisão
proferida na quinta pelo STF segundo a qual o magistrado deve remeter à Corte as investigações contra o ex-presidente Lula, assim como outras apurações ligadas a ele.
A defesa do presidente do Instituto Lula argumenta que a Operação
Carbono 14, que levou hoje à prisão o ex-secretário-geral do PT Silvio
Pereira, além do empresário ligado ao partido Ronan Maria Pinto, foi
baseada nos mesmos inquéritos que deram origem aos mandados de busca e
apreensão e condução coercitiva de Okamotto e Lula na 24ª fase da Lava
Jato, Aletheia. A 27ª fase da Lava Jato seria, portanto, segundo os
advogados, "conexa" à investigação sobre Lula e deveria ter sido
remetida ao Supremo.
Okamotto pede, então, a anulação da Operação Carbono 14 e que o STF
tome "providências" contra suposto crime de desobediência praticado por
Sergio Moro. "Salta aos olhos, aliás, esta estranha maneira casuísta com
que a autoridade reclamada tem tratado os institutos da conexão e
continência, valendo-se a bel-prazer de pesos e medidas diferentes
conforme sua própria conveniência e corriqueiramente insistindo em
descumprir as decisões proferidas por este Supremo Tribunal Federal",
ataca o pedido da defesa de Paulo Okamotto, segundo a qual Moro se
apressou a deflagrar a Carbono 14 pouco depois da decisão do STF, "antes
que recebesse ofício com determinação para seu cumprimento".
Esta não é a primeira vez em que Okamotto procura o STF para fazer
reclamações sobre Moro. Há duas semanas, a defesa do aliado de Lula afirmou ao Supremo que o magistrado não é o juiz natural para conduzir os processos da Lava Jato.
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