Heuler Andrey - 23.fev.2016/FolhaPress | ||
João Santana durante a sua prisão, na 23ª fase da Lava Jato |
A força-tarefa da Operação Lava Jato
apresentou nesta quinta-feira (28) duas denúncias contra o publicitário
João Santana, responsável pelas últimas campanhas do PT à Presidência, e
a sua mulher e sócia, Mônica Moura.
Os dois foram detidos na 23ª fase da Lava Jato, em fevereiro, sob suspeita de receber no exterior dinheiro desviado da Petrobras.
Além do casal, também foram denunciados (acusados formalmente) outras 15
pessoas, incluindo o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o
empreiteiro Marcelo Odebrecht e outros ex-executivos da Odebrecht.
Outro alvo é o lobista Zwi Skornicki,
preso na mesma fase, que representava o estaleiro asiático Keppel no
Brasil. Ele é suspeito de fazer pagamentos para o casal fora do país.
Também foram denunciados quatro ex-executivos da Petrobras: Renato
Duque, que está detido há mais de um ano, João Carlos Ferraz e os
delatores Eduardo Musa e Pedro Barusco.
Caso o juiz Sergio Moro aceite as denúncias, Santana e Mônica viram réus na Justiça Federal.
Segundo o Ministério Público Federal, uma das denúncias já tinha sido
oferecida em março, mas, no dia em que a peça foi apresentada, Moro
decidiu enviar a íntegra do caso ao Supremo Tribunal Federal devido à
possível relação com autoridades com foro privilegiado. Na semana
passada, o Supremo decidiu mandar o caso de Santana de volta à primeira
instância.
A segunda denúncia se refere a um setor da Odebrecht que foi apelidado
de "departamento de propina". Segundo o Ministério Público Federal,
Marcelo Odebrecht ordenou que executivos participantes do esquema fossem
para fora do Brasil durante a investigação. O empreiteiro já foi
condenado em primeira instância e é réu em outra ação da Lava Jato.
A partir de uma conta da empreiteira mantida em Nova York, disse o
procurador Deltan Dallagnol, eram feitos pagamentos para offshores que
tinham como destino final o casal de publicitários.
A denúncia afirma que a Odebrecht pagou no exterior US$ 3 milhões para o casal e outros R$ 23,5 milhões, no Brasil, em espécie.
Já no caso de Skornicki, a acusação afirma que o lobista pagou US$ 4 milhões para Santana e Mônica.
OUTRO LADO
A defesa do ex-diretor da Petrobras Renato Duque afirmou que ainda não teve acesso à integra da denuncia e assim que tomar conhecimento do seu conteúdo irá se pronunciar nos autos do processo. Procurada, a Odebrecht informou que não se manifestará.
Os demais denunciados não foram localizados pela reportagem.
OS DENUNCIADOS
Denúncia 1:
- Zwi Skornicki
- Pedro Barusco
- Renato Duque
- Mônica Moura
- João Santana
- João Vaccari Neto
- João Carlos de Medeiros Ferraz
- Eduardo Musa
- Pedro Barusco
- Renato Duque
- Mônica Moura
- João Santana
- João Vaccari Neto
- João Carlos de Medeiros Ferraz
- Eduardo Musa
Denúncia 2:
- Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht
- Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, executivo da Odebrecht
- Luiz Eduardo da Rocha Soares, executivo da Odebrecht
- Fernando Migliaccio da Silva, executivo da Odebrecht
- Maria Lucia Guimarães Tavares, funcionária da Odebrecht
- Angela Palmeira Ferreira
- Isaias Ubiraci Chaves Santos
- Mônica Moura
- João Santana
- João Vaccari Neto
- Olivio Rodrigues Junior, suspeito de operar propina
- Marcelo Rodrigues, suspeito de operar propina
- Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, executivo da Odebrecht
- Luiz Eduardo da Rocha Soares, executivo da Odebrecht
- Fernando Migliaccio da Silva, executivo da Odebrecht
- Maria Lucia Guimarães Tavares, funcionária da Odebrecht
- Angela Palmeira Ferreira
- Isaias Ubiraci Chaves Santos
- Mônica Moura
- João Santana
- João Vaccari Neto
- Olivio Rodrigues Junior, suspeito de operar propina
- Marcelo Rodrigues, suspeito de operar propina
FOLHA
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