segunda-feira, 6 de junho de 2016

‘Execrável’, diz defesa de Sarney sobre seu delator

Fausto Macedo


José Sarney

Por Julia Affonso, Fausto Macedo, Ricardo Brandt e Mateus Coutinho

06/06/2016, 05h00

Criminalista Antônio Carlos de Castro Machado, o Kakay, confirma que ex-presidente estuda processar Sérgio Machado que o denunciou por suposto recebimento de Rs 20 milhoes em propinas da Transpetro
Sérgio Machado (à esq.) e Sarney. Fotos: Montagem Estadão
Sérgio Machado (à esq.) e Sarney. Fotos: Montagem Estadão

Temer quer lançar medidas de curto prazo na economia, diz Padilha

 
VALDO CRUZ

06/06/2016 02h30

Na tentativa de melhorar a confiança na economia antes da votação final do impeachment, o presidente interino, Michel Temer, pretende lançar um pacote de "medidas de impacto" no curto prazo para geração de emprego e retomada do crescimento. 

Ministro do Turismo recebeu recurso do petrolão, diz Janot


Antonio Cícero/FramePhoto/Folhapress
O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, palestra no 14º Fórum Panrotas - Tendências do Turismo
O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves

06/06/2016 02h00
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que o ministro Henrique Eduardo Alves (Turismo) atuou para obter recursos desviados da Petrobras em troca de favores para a empreiteira OAS. 

domingo, 5 de junho de 2016

Luz no fim do túnel?

Fernando Henrique Cardoso

Passados os dias de ansiedade do processo de impeachment, com forte probabilidade de o Senado reafirmar a decisão da Câmara, o País perceberá que seus problemas continuam à espera de solução. São muitos, desde os econômicos (para os quais o novo governo, forçosamente, voltará o olhar), passando pelos morais (a Lava Jato é o melhor sinal de que podem ser encaminhados), até os sociais, que são os que mais atazanam o povo, à frente o desemprego e a carestia, frutos da má condução econômica das últimas fases do petismo no poder. Estes problemas, infelizmente, não poderão ser resolvidos da noite para o dia. Como tampouco poderão ser os da saúde, os da educação, da segurança ou os dos transportes.

Lava Jato chega a Dilma e fortalece base de Temer

Igor Gadelha - O Estado de S.Paulo

- Atualizado: 05 Junho 2016 | 09h 12

Crise. Menção à presidente afastada em delação de Marcelo Odebrecht faz líder do governo no Senado pedir a inclusão das informações no processo de impeachment da petista

BRASÍLIA - O conteúdo inicial da delação premiada do executivo Marcelo Odebrecht causou impacto na ação do impeachment, em trâmite final no Senado, e deverá fortalecer a base governista na tentativa de acelerar o desfecho do processo. As informações prestadas pelo empreiteiro à Operação Lava Jato envolvem diretamente a presidente afastada Dilma Rousseff.

Acordo de delação de Bené prevê devolução de avião


Coluna do Estadão

Andreza Matais e Marcelo de Moraes


Por Coluna do Estadão
05/06/2016, 07h30
benedito oliveira

O acordo de delação de Benedito de Oliveira Neto, que entregou o caixa dois do governador Fernando Pimentel, prevê devolução de avião avaliado em R$ 2 milhões.

Bené conseguiu reduzir a pena em dois anos e dois meses. Ficará preso dois meses no regime fechado e depois cumprirá pena de dois anos em casa com tornozeleira.


Odebrecht liga Mantega e Palocci a lista de propinas

Sob ameaça, Pimentel dá novo status ao PMDB

Ricardo Galhardo, ENVIADO ESPECIAL / BELO HORIZONTE - O Estado de S.Paulo

05 Junho 2016 | 05h 03 - Atualizado: 05 Junho 2016 | 05h 03
 
Alvo da Acrônimo, governador petista age para manter base unida na Assembleia

Amigos desde a adolescência, a presidente afastada Dilma Rousseff e o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), vivem situações semelhantes. Enquanto Dilma enfrenta um processo de impeachment, Pimentel, alvo da Operação Acrônimo, pode perder o mandato, a depender de decisão do Supremo Tribunal Federal. Se for afastado, Pimentel também será substituído por um nome do PMDB, o vice-governador Antônio Andrade.

A rotina de um ‘príncipe’ no cárcere




- Atualizado: 05 Junho 2016 | 09h 25

Marcelo Odebrecht passa os dias preparando sua defesa e delação deve ser a cartada final


Negociação. Delação de Marcelo pode determinar os rumos do grupo e da Lava Jato
Negociação. Delação de Marcelo pode determinar os rumos do grupo e da Lava Jato
O mais rico e poderoso dos presos da Lava Jato parece resignado. Às vésperas de completar um ano de prisão e com negociação por acordo de delação premiada iniciado, Marcelo Bahia Odebrecht age como se só agora entendesse o recado subliminar do nome da fase da operação que o colocou atrás das grades: Erga Omnes – do latim “vale para todos”.

Na cela de 12 metros quadrados da Custódia da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, sem luz no teto e um buraco de latrina no chão, algumas convicções que Marcelo sustentou publicamente perderam solidez. “Para dedurar tem de ter o que dedurar”, disse a deputados da CPI da Petrobrás, três meses após ser preso, no dia 19 de junho de 2015.

Desde quarta-feira, o presidente afastado do Grupo Odebrecht passou a negociar formalmente com procuradores da República aquilo que pode “dedurar” no esquema de corrupção na Petrobrás. Parte de uma estratégia de defesa que ele mesmo concebeu – sobretudo nos últimos três meses, depois que voltou para a carceragem da PF, com a prisão do marqueteiro do PT João Santana.

Sobre o colchão fino na cama de concreto, Marcelo passou e repassou orientações aos advogados – uma banca de notáveis encabeçada pelo criminalista Nabor Bulhões.

Nos tribunais, as arguições montadas partindo de suas diretrizes foram caindo uma a uma – e com elas a convicção de que alguém rico e tão próximo do poder não fica preso no Brasil. Enquanto isso, na 13.ª Vara Federal em Curitiba, novos pedidos de prisões foram autorizados – pelo menos um deles em resposta à atuação agressiva e de confronto com as investigações. “Ele nunca deixou de acreditar que porque é rico e poderoso sairia logo da cadeia”, disse uma autoridade, em reservado.

Cárcere. Marcelo é o único empresário do grupo “VIP” de empreiteiras acusadas de cartel ainda preso em Curitiba. Transformou a cela – que divide com três outros presos – em academia, escritório e biblioteca.

Duas rotinas obsessivas tomam os seus dias: escrever e exercitar-se. Como os demais presos, Marcelo tem direito a uma hora de sol por dia na custódia da PF. As celas não têm luz, só a do corredor, nem TV, nem rádio. As visitas da família são às quartas-feiras – a irmã e a mulher são as mais frequentes.

A maior parte do período de cárcere, “o príncipe” – como passou a ser tratado pelos demais presos – ficou detido no Complexo Médico-penal, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

Na unidade, administrada pelo Estado, Marcelo virou o interno 118065, um dos presos do Pavilhão 6 – que no fim de 2014 passou a abrigar a população crescente de encarcerados de colarinho branco.

Perto das acomodações da carceragem da PF, o presídio médico é um “paraíso”, contam os presos que já passaram para regime domiciliar. O espaço é maior, o banho de sol não é restrito a uma hora diária e o uso de televisores e rádios é liberado. Há ainda regalias como a permissão para entrada de alimentos especiais.

Marcelo voltou à carceragem da PF por causa da negociação da delação, mas graças a uma decisão do juiz da Lava Jato, que aceitou um ofício encaminhado pela defesa em que uma médica particular atestou que o “príncipe” estava com saúde “preocupante”, o retorno não foi tão ruim. Marcelo obteve direito a uma dieta especial fortalecida com frutas secas, biscoitos e torradas sem glúten.

Negócio. Forjado pelo avô Norberto Odebrecht e pelo pai, Emílio, a assumir o império empresarial construído pela família, Marcelo tem em seu portfólio negociações bilionárias que levaram o grupo à sua era de ouro – nos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Mas, longe do comando das empresas há um ano, seu principal negócio hoje é obter com a Procuradoria da República uma redução da pena – quem sabe, voltar para casa, como fizeram outros empresários delatores.

Aos 47 anos e depois de passar aniversário, Natal e réveillon de 2015 na cadeia, Marcelo foi condenado no mês passado pelo juiz federal Sérgio Moro a 19 anos de prisão. Há ainda outras duas ações penais em andamento na Lava Jato e outras a caminho. O cenário obrigou o empresário a dar sua cartada final.

O conteúdo da delação-bomba pode determinar os rumos da Lava Jato e do Grupo Odebrecht. Marcelo Bahia Odebrecht não é só mais um preso – entre os 157 – da Lava Jato. É o maior troféu para os investigadores da força-tarefa criada em 2014 para desmontar o estruturado e bilionário esquema de cartel e corrupção na Petrobrás.

“A lei deve valer para todos ou não valer para ninguém”, disse o procurador da República Carlos Fernando de Santos Lima, da força-tarefa da Lava Jato, no dia da prisão de Marcelo.
 






quinta-feira, 2 de junho de 2016

Dilma e a Operação Retorno: com quem, para que e até quando?

Retorno (Foto: Arquivo Google)
O pedido de impeachment de Dilma Rousseff nasceu como vingança de Eduardo Cunha e por  um bom tempo não andou porque Michel Temer não se viabilizava como alternativa. Só pegou embocadura quando o vice saiu em campo, armou o rompimento do PMDB com o Planalto, negociou com o Congresso e conquistou as graças do PIB com o documento “Uma ponte para o futuro”. Da mesma forma, a hipótese de volta de Dilma ao cargo só deixará de ser muito remota quando houver sinais concretos de articulação em torno do cenário que virá depois. As forças políticas que bancarem a operação retorno terão que dizer como, com quem, para quê e até quando ela governará.