Ouvido pela Polícia Federal, em março, Celso Prado declarou trabalhar há 20 anos com Jacó Bittar e que visitas a bens da família não inclui Sítio Santa Bárbara, que está em nome de Fernando Bittar, mas que a Lava Jato diz ser de Lula
Responsável por cuidar das propriedades da família do
ex-prefeito de Campinas (SP) Jacó Bittar, Celso Silva Vieira Prado
afirmou à Polícia Federal que o Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP) –
que teria sido comprado em nome do filho Fernando Bittar para uso comum
com a família do amigo e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – disse
à Polícia Federal que o imóvel não integrava a lista de bens sob seus
cuidados.
A Operação Lava Jato considera ter provas para
apontar que Lula é o dono do sítio, comprado em 2010, por R$ 1,5 milhão,
e reformado em 2011 e em 2014 por duas empreiteiras investigadas por
cartel e corrupção na Petrobrás, a OAS e a Odebrecht, e pelo pecuarista
José Carlos Bumlai – preso desde 2015. Nesta quarta-feira, 16, ele
afirmou à PF que foi a ex-primeira-dama Marisa Letícia que pediu para
que ele participasse da reforma.
No dia 4 de março, quando a Lava Jato deflagrou a 24ª
fase que teve como alvo Lula e sua família, a Polícia Federal ouvi o
depoimento de Celso Prado. Ele estava no Sítio Bela Vista, no município
de Manduri (SP), um dos locais de busca e apreensão. O depoimento foi
anexado no início do mês ao inquérito que investiga a propriedade e
reforma do sítio de Atibaia.
Prado disse trabalhar para a família Bittar há mais de 20 anos, como responsável por cuidar das propriedades do pai e filhos.
“O declarante praticamente toma conta de diversos
negócios da família, representando-os junto órgãos públicos empresas
privadas”, registro o termo de depoimento de Prado.
“Entre suas funções inclui-se visitas constantes as
propriedades da família, dentre as quais este local onde encontra-se
sendo ouvido.” Segundo ele, a propriedade em Manduri, que tem 30
alqueires de terra, onde a família cultiva eucaliptos, pertence a
Fernando Bittar e sua irmã Priscila.
Sítio de Atibaia. As buscas em
Manduri foram realizadas porque Bittar é investigado como suposto
“laranja” da família Lula na compra do sítio de Atibaia. No mesmo diz, a
propriedade quena Lava Jato diz ser do ex-presidente foi alvo de buscas
e no local foram encontrados materiais do casal petista e outros
elementos que reforçaram as suspeitas.
Lula será acusado formalmente como um dos “mentores”
da sistemática de desvios na Petrobrás. A força-tarefa considera ter
elementos de que o ex-presidente teria recebido “benesses das
empreiteiras Odebrecht, OAS e outras”, ocultas na compra e reformas do
sítio.
Questionado sobre a propriedade rural de Fernando na
cidade de Atibaia, o braço-direto da família Bittar disse nunca ter
visitado. “Não conhece pessoalmente sítio registrado em nome de Fernando
Bittar, na cidade de Atibaia, não sabendo se realmente sítio de sua
propriedade.” Prado declarou que “apesar de visitar rotineiramente as
propriedades da família (Bittar), tais visitas não incluem sítio de
Atibaia”.
Prado mora em São Vicente (SP), onde diz cuidar “do sr Jacó Bittar”, que está com câncer.
Segundo a defesa de Lula, no caso do sítio, o imóvel
foi comprado por Jacó Bittar, registrado em nome do filho e seu sócio,
mas tinha como objetivo o convívio de sua família com a do
ex-presidente. “
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POLÍTICA E ECONOMIA