segunda-feira, 25 de agosto de 2014

‘Lava Jato’ dedica atenção especial ao Maranhão


  • As investigações da Operação Lava Jato dedicam capítulo especial ao Maranhão, onde há 5 meses foi preso o megadoleiro Alberto Youssef. O monitoramento dos suspeitos permitiu verificar que outro doleiro, Carlos Habib Chater, ao ser preso na Lava Jato, empenhava-se em “internalizar” (trazer do exterior, no jargão do submundo) US$ 5 milhões (R$ 11 milhões) para uma campanha eleitoral majoritária, no Estado.

  • O destinatário dos US$ 5 milhões, cujo nome é mantido sob sigilo, só será investigado após o Supremo autorizar: é membro do Congresso.

  • A ex-contadora Meire Poza acusou Youssef de pagar propinas a autoridades do governo de Roseana Sarney, e de receber comissões.

  • Investiga-se também o esquema para o pagamento de precatórios à Constran UTC Engenharia, também revelado pela ex-contadora.

  • Roseana Sarney afirmou que cumpria ordem da Justiça local, ao pagar precatórios à Constran, mas o Tribunal de Justiça negou prontamente.

  • A evolução patrimonial dos candidatos ao Senado, no Distrito Federal, revela que das contas pessoais eles cuidam muito bem: Gim Argello (PTB), candidato à reeleição, tinha R$ 805 mil em 2006 (quando sua chapa venceu a eleição) e oito anos depois pulou para R$ 4,5 milhões. Dos R$ 2,3 milhões em 2010, Geraldo Magela (PT) acumula hoje R$ 3,8 milhões. Reguffe (PDT), foi de R$ 1,8 milhão para R$ 2,8 milhões.

  • Candidata a suplente de senador, Weslian Roriz, mulher de Joaquim Roriz, declara patrimônio de R$ 660 mil. Em 2010, eram R$ 5,2 milhões.

  • José Maria Eymael (PSDC) é o mais rico dos candidatos a presidente: sua fortuna de R$5,13 milhões. Todos os rivais somam R$5,9 milhões.

  • Marina Silva declarou ter bens que somavam R$ 149 mil em 2010. Este ano seu patrimônio encolheu para R$ 135 mil.

  • O presidente do Atlético, Alexandre Kalil (PSB), desistiu da candidatura a deputado federal e confessou a amigos que não acredita no apoio de parte do seu partido ao candidato ao governo pelo PSDB, Pimenta da Veiga. Acha que o projeto tucano não será vitorioso.

  • O candidato oficial do PSB ao governo de Minas Gerais, Tarcisio Delgado, é conhecido por sua aversão a Aécio Neves (PSDB). Ele não esconde sua preferência pela reeleição da presidenta Dilma.

  • Artigo de Antônio Santos sobre “mediação”, na revista Direito & Justiça, faz rir. O chefe da confederação do comércio (CNC), propõe desafogar o Judiciário, por meio de vias alternativas de solução de controvérsias, mas protagoniza, só no TJ-RJ, mais de 100 casos contra opositores.

  • O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho será mais uma defecção importante no PSB: ele deve romper com o próprio partido para não apoiar Marina Silva e anunciará voto em Dilma Rousseff.

  • Não durou 24h o blefe do PSL de não apoiar Marina Silva (PSB). Sem espaço na coligação e sem votos, elegendo poucos candidatos a cada pleito, o PSL percebeu que tem muito mais a lucrar ao lado de Marina.

  • O ministro Ricardo Lewandowski vai hoje ao Congresso Internacional de Direito Penal, em São Paulo, organizado pelo diretor da Faculdade de Direito da Mackenzie, José Francisco Siqueira Neto. O alemão Claus Roxin receberá o título de Doctor Scientiae et Honoris Causa.

  • Já tem gente no PT defendendo que o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) comece a conversar com próceres tucanos, para atrair apoio no caso de Aécio Neves não chegar ao segundo turno.

  • Acusado de lentidão para demitir auxiliares, o governador do DF, Agnelo Queiroz (PT), demitiu dois em um dia: o secretario de saúde, Elias Miziara, que culpou os pacientes pela falta de médicos, e o administrador de Planaltina, acusado de irregularidades.
     
  • Contraditório, Lula teme a força eleitoral de Marina Silva, mas diz a aliados que ela cairá nas pesquisas na medida em que da comoção pela morte de Eduardo Campos ficar para trás.

Delação premiada preocupa e Dilma exalta Petrobras

Presidenta disse que a Petrobras está acima de crimes e malfeitos
Site Dilma Rousseff - Dilma Rousseff copy

Brasília - Após o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa decidir fazer delação premiada, a candidata à reeleição Dilma Rousseff disse neste domingo, 24, que “não se pode confundir as pessoas com as instituições” e que a estatal está acima de eventuais desvios de conduta cometidos por seus integrantes.

“A Petrobras é muito maior que qualquer agente dela, seja diretor ou não, que cometa equívocos, crimes -ou, se for julgado, que se mostre que foi condenado. Isso não significa uma condenação da empresa. Não se pode confundir as pessoas com as instituições”, disse Dilma, que convocou uma coletiva de imprensa na manhã de ontem no Palácio da Alvorada.


“O Brasil e nós todos temos de aprender que se pessoas cometeram erros, mal-feitos, crimes, atos de corrupção, isso não significa que as instituições tenham feito isso. Inclusive, nas instituições – qualquer uma – e nas empresas – inclusive nas que vocês trabalham -, pode ocorrer isso”, prosseguiu a petista, dirigindo-se aos repórteres.


A Polícia Federal deflagrou na semana passada a quinta fase da operação Lava Jato, vasculhando endereços de 13 empresas de consultoria, gestão e assessoria, ligadas a uma filha, a um genro e a um amigo do ex-diretor da Petrobras. A Procuradoria da República apontou “vertiginoso acréscimo patrimonial” dessas empresas na época em que Costa foi diretor da Petrobrás.


A Lava Jato investiga suspeitas de existência de um suposto esquema de lavagem de bilhões de reais. “Não existe nenhuma instituição acima de qualquer suspeita quando se trata dos seus integrantes. Porque os homens e as mulheres é que falham, não são as instituições necessariamente”, comentou Dilma. “A Petrobras está acima disso. Eu não tenho o que comentar sobre a decisão de uma pessoa presa fazer ou não delação premiada, isso não é objeto do interesse da Presidência da Republica.”


Getúlio
Ontem, dia que marcou os 60 anos da morte de Getúlio Vargas (1882-1954), a presidente almoçou no Palácio da Alvorada com o escritor e jornalista Lira Neto, autor de uma série biográfica sobre o ex-presidente. A única atividade de campanha foi a coletiva de imprensa.


“Estou no fim do terceiro livro sobre o Getúlio e considero essa trilogia magistral, porque é extremamente bem escrita, mas também pela pesquisa que realizou, pesquisa que a gente vê detalhada, foi nos anais do Congresso, levantamento de fontes primárias”, disse Dilma, destacando que um país é feito da sua “história, memórias e suas lideranças políticas”.


“Acredito que se nós não entendermos a história do nosso país não entenderemos a construção da nação brasileira. Esse livro do Lira Neto é importantíssimo”, comentou.


Dilma encerrou a coletiva de imprensa prometendo chamar os repórteres que cobrem a Presidência da República para comer macarrão. No horário eleitoral, a candidata apareceu colocando macarrão em uma travessa, em um esforço da campanha para humanizá-la e aproximá-la da realidade dos eleitores. “Vocês vão gostar, eu chamo (para comer macarrão) e aceito críticas”, disse, bem-humorada. (Rafael Moraes Moura/Agência Estado)

DIÁRIO DO PODER

domingo, 24 de agosto de 2014

Tiririca esquenta o balde de água fria do horário eleitoral

A semana marcou o início do horário eleitoral gratuito no rádio e na TV, quase sempre um balde de água fria para o eleitor. Por coincidência, o desafio do balde de gelo virou uma onda na internet com a adesão de personalidades. Políticos como o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) aproveitaram a ocasião e já aderiram à campanha. 

As eleições apresentam, mais uma vez, candidatos e propagandas inusitadas. Em busca de outro mandato, o deputado federal Tiririca (PR-SP) chamou a atenção. Ele tomou conta do horário de seu partido na TV e levou ao ar uma paródia de Roberto Carlos, o que deve lhe render um processo do cantor. 

Em Alagoas, o senador Fernando Collor (PTB) afirmou na propaganda eleitoral que foi vítima de um golpe parlamentar quando sofreu o impeachment em 1992. 

A presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, foi entrevistada no Jornal Nacional, da TV Globo. Questionada e interrompida várias vezes pelo jornalista Willian Bonner, ela evitou opinar sobre o processo do mensalão. As participações de Bonner nas entrevistas com os presidenciáveis renderam críticas e brincadeiras, como a de que ele pretende lançar sua candidatura. 

O PSB oficializou Marina Silva como candidata a presidente. A decisão já provocou um atrito no partido. Carlos Siqueira deixou a coordenação da campanha do partido e criticou a ex-senadora, dizendo que ela quer mandar na legenda. 

Pesquisa Datafolha divulgada na última segunda-feira (18) mostrou Marina com 21% das intenções de voto, contra 20% do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Diante da preocupação dos aliados com o potencial eleitoral da ex-senadora, o tucano pediu a eles que mantenham a calma. 

Em campanha em São Paulo, o candidato não perdeu a chance de pousar para fotos comendo coxinhas. 

Na disputa pelo governo paulista, o empresário Paulo Skaf, candidato pelo PMDB e dono de seis cachorros, afirmou no horário eleitoral gratuito que o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que busca a reeleição, administra o Estado sem garra e sem tesão. 

E a semana também teve "Bate-Rebate Eleitoral", promovido pelo UOL Eleições.

No debate inusitado, o ator pornô Kid Bengala, candidato a deputado estadual em São Paulo, fez uma proposta picante para a funkeira Mulher Pera, candidata a deputada federal pelo Estado. 

Fonte: UOL

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

PSB escolhe Luiza Erundina para coordenar campanha de Marina Silva

Ex-prefeita de São Paulo foi 'designada' para o cargo, diz nota do partido.

O PSB informou na noite desta quinta-feira (21) que a ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina será a coordenadora-geral da campanha de Marina Silva à Presidência da República. Erundina assume a vaga  no lugar de Carlos Siqueira, então coordenador da campanha de Eduardo Campos, que deixou o cargo após divergências com a nova candidata do partido à Presidência.

Conforme explicou a assessoria do PSB, Erundina atuará em conjunto com o deputado licenciado Walter Feldman (SP), homem de confiança de Marina e que articulou a criação da Rede Sustentabilidade e será o coordenador-geral adjunto da campanha.

Entre as trocas na coordenação da campanha de Marina à Presidência, Bazileu Margarido, então coordenador-geral adjunto, passou a assumir o comitê financeiro. Segundo assessores da ex-senadora, Marina Silva optou por colocar no cargo alguém que fosse de sua confiança.

Nesta quinta, um dia após o PSB oficializar a candidatura de Marina, Carlos Siqueira anunciou seu desligamento do posto alegando divergências com a ex-senadora. Ao sair de reunião do PSB, Siqueira – secretário-geral do partido –, mandou um recado para Marina:
"Ela que vá mandar na Rede dela", disse o dirigente, referindo-se ao grupo político da presidenciável, a  Rede Sustentabilidade. Tentando evitar polêmicas com a cúpula do PSB, Marina disse que a divergência era motivada por um "mal entendido".
  
Quadro histórico do PSB, Siqueira confirmou sua saída da coordenação da campanha na manhã desta quinta, pouco antes de os dirigentes socialistas se reunirem, em Brasília, com os demais partidos da coligação. Indagado por repórteres se estava magoado com a candidata ao Planalto, o secretário-geral criticou o fato de Marina ter feito indicações para cargos-chave da campanha sem consultar o PSB.
"Magoado, eu não estou, não. Não tenho mágoa nenhuma dela. Apenas acho que quando se está numa instituição como hospedeira, como ela [Marina] é, tem que se respeitar a instituição, não se pode querer mandar na instituição. Ela que vá mandar na Rede dela porque no PSB mandamos nós", disse Siqueira.

Após a saída de Siqueira, o PSB chegou a sondar Milton Coelho, também homem de confiança de Campos, para tocar a campanha, mas ele recusou. Em Porto Alegre, o próprio candidato a vice, Beto Albuquerque, se prontificou para a assumir interinamente a coordenação.
Leia abaixo íntegra da nota do PSB:
Comunicado Oficial

O Presidente Nacional do Partido Socialista Brasileiro, Roberto Amaral, designou a deputada Luiza Erundina (SP) para coordenar a campanha da Coligação "Unidos Pelo Brasil". Luiza Erundina substitui Carlos Siqueira na coordenação geral da campanha.

MP pede apuração no tesouro e no BC sobre pedaladas

Procurador quer que TCU investigue principalmente o adiamento de repasses do governo à Caixa para pagamento de benefícios.

BRASÍLIA - O Ministério Público (MP) junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu ontem uma investigação do órgão no Banco Central e Tesouro Nacional para apurar as chamadas "pedaladas fiscais" nos repasses do governo aos bancos responsáveis pelos pagamentos de benefícios sociais e previdenciários.

As "pedaladas" são os atrasos do Tesouro na transferência de recursos aos bancos, que, por lei ou contrato, continuam pagando em dia os beneficiários. O Ministério Público vê possível "maquiagem" no cálculo das contas públicas federais.

O procurador Júlio Marcelo de Oliveira, do MP junto ao TCU, apresentou uma representação solicitando ao tribunal uma inspeção no Banco Central e no Tesouro para identificar todos os valores e  MP pede apuração no Tesouro e no BC sobre 'pedaladas'

Ao atrasar os repasses, o Tesouro estaria elevando o endividamento público e, com isso, o Banco Central, que apura o resultado fiscal, poderia inserir na conta esses descompassos no sistema.

Se for confirmado que essas antecipações configuram empréstimos dos bancos à União, relatou o procurador na representação aberta ontem, será preciso identificar os responsáveis para prestar esclarecimentos e serem punidos, em caso de condenação.

No entendimento do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal, como a Caixa Econômica Federal, e o Tesouro é vedada pelo artigo 36 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Antecipação de receita. O procurador também apontou que as "pedaladas" podem ser enquadradas como "antecipação de receitas orçamentárias", o que, segundo o artigo 38 da LRF, é "proibido no último ano de mandato do presidente, governador ou prefeito municipal".

Na representação, o Ministério Público junto ao TCU aponta as razões do Tesouro para efetuar as "pedaladas" nas contas fiscais. "Ao que parece, o objetivo de colocar em prática referido procedimento seria melhorar o resultado primário do governo federal, tornando-o mais superavitário ou menos deficitário", escreve o procurador do MP .

"Ao que parece, o Banco Central, por intermédio de seu Departamento Econômico, não está, no momento em que apura o resultado fiscal do setor público, registrando os passivos, ou registrando adequadamente as variações no saldo das obrigações do Tesouro junto aos bancos", diz o MP.

Conta não registrada. O procurador do MP junto ao TCU cita também o "caso dos R$ 4 bilhões", encontrados pelo Banco Central em uma conta em separado de um banco privado nacional em maio. O artifício, revelado pelo Estado, auxiliou as contas públicas. O dinheiro, referente a um crédito da União carregado pelo banco privado nacional, foi incorporado pelo Banco Central nas contas, o que reduziu o déficit primário de maio de R$ 15 bilhões para R$ 11 bilhões.

Procurada, a Caixa afirmou que o atraso do Tesouro "não se trata de financiamento nem de descumprimento de legislação”.


FONTE: Estadão

Cuba leiloa com EUA e Rússia porto erguido pelo Brasil

Uma nova Guerra Fria, em novo contexto. É o que se depreende do episódio.

O governo do Brasil fez papel de bobo no Caribe, com o ‘aliado’ governo cubano. Bancou, via BNDES, e inclusive com R$ 240 milhões a fundo perdido, a construção do Porto de Mariel, com a esperada reabertura comercial e fim do embargo americano ao País de Fidel.

Mas quem vai faturar bonito são Estados Unidos e Rússia. Depois de os EUA fazerem oferta pela operação da área, agora foi o presidente russo, Vladimir Putin, quem avisou a Raúl Castro que pretende a área. Para isso, Putin perdoou dívida de US$ 35 bilhões dos cubanos. A revelação é do jornalista Marcelo Rech, de Brasília, editor do site InfoRel

As negociações para o perdão da dívida duraram 20 anos. Putin ainda avisou aos Castro que vai reinvestir em US$ 2,6 bilhões em Cuba – principalmente direcionados a Mariel. Putin correu para Cuba um mês depois de os americanos fazerem a oferta de operação do porto. Recomeçou, assim, uma nova ‘guerra fria’ entre EUA e Rússia.

CADÊ?
A presidente Dilma investe no discurso de que mais de 300 empresas brasileiras vão ser beneficiadas com o porto de Mariel, mas não há lista e ninguém sabe quais são.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Foster pode cair após tentar esconder patrimônio

  • A revelação de que a presidente da Petrobras, Graça Foster, transferiu imóveis para familiares, tão logo que estourou o escândalo da compra superfaturada da refinaria de Pasadena, nos EUA, pode determinar sua demissão. Ontem a presidenta Dilma foi informada das implicações jurídicas. A advogada Gabriela Diniz França Costa, especialista ouvida pela coluna, acha que se for caracterizada má fé, a transferência pode ser anulada e Foster pode responder por improbidade e fraude.

  • Em nota, a Petrobras negou má fé: meses antes Graça Foster já tratava da transferência. O problema, então, é que não a suspendeu.

  • Consultores e lobistas pressionaram ontem sites de notícias a omitir ou a minimizar notícias sobre a transferência de bens de Graça Foster.

  • Ao defender Graça Foster no TCU, Luiz Adams (AGU) alegou que o bloqueio dos seus bens determinaria sua demissão da estatal.

  • Principais líderes de oposição procurados por esta coluna tiraram o corpo fora no caso Foster. Só Rubens Bueno (PPS) comentou o caso.

  • Até julho deste ano, a conta dos cartões corporativos do governo Dilma Rousseff atingiu os R$ 34,5 milhões. Entre junho e julho a conta subiu cerca de R$ 6 milhões. A Presidência da República ultrapassou os R$ 12 milhões na conta dos cartões corporativos. Mais de R$ 11 milhões destes gastos são escondidos sob a alegação de “sigilo”. O Ministério da Justiça, através da Polícia Federal, já usou quase R$ 8 milhões.

  • Apenas a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) gastou R$ 6,2 milhões com cartões corporativos. Mais que qualquer ministério.

  • O Ministério do Esporte e o Ministério do Desenvolvimento Social, juntos, gastaram apenas R$ 1,7 mil.

  • O gabinete da Vice-Presidência da República gastou R$ 308 mil com cartões corporativos, mas nada de detalhes. Tudo “sigiloso”.

  • Completam-se dez dias, hoje, que o presidente da CPI chapa branca da Petrobras, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), prometeu “investigar com rigor” a combinação de perguntas e respostas de depoentes.

  • O Conselho de Ética aprovou a cassação de André Vargas (ex-PT-PR), amigo do doleiro Alberto Youssef. Mesmo assim deve ficar – talvez – para a segunda metade de outubro a votação da cassação no Plenário.

  • Aposentado aos 59 anos com R$ 29 mil por mês, o agora ministro de pijama Joaquim Barbosa pretende usar o twitter como “ferrinho de dentista” do maior desafeto e sucessor no STF, Ricardo Lewandowski.

  • Sozinha, Edineia do Nascimento, funcionária do IBGE do Amazonas, órgão do Ministério do Planejamento, sacou “em cash” R$ 54 mil até julho deste ano no cartão corporativo do governo.

  • A urna eletrônica completa maioridade, mas sobram dúvidas sobre sua paternidade. Sua origem data de 1989: Carlos Prudêncio, juiz da 5ª Seção de Santa Catarina, criou uma primeira versão e a utilizou num plebiscito de Brusque. Mas o sistema só seria implantado em 1996.

  • Em 21 de agosto, há 74 anos, era assassinado em Coyoacán, na Cidade do México, Leon Trótski, intelectual marxista e um dos principais líderes da Revolução Russa de 1917.

  • O paraibano Herbert Vianna, do Paralamas do Sucesso, contou a um brasiliense, que conheceu no BarraShopping, Rio, que em Brasília morou na 414 Sul, na 114 Sul e depois na 104 Sul, quadra reservada, na época, a servidores do Planalto. Seu pai era piloto da Presidência.

  • A Scotland Yard divulgou ontem que pode ser crime enquadrado na legislação antiterrorismo do Reino Unido o ato de baixar, compartilhar e até ver o vídeo onde o jornalista americano James Foley é decapitado.

  • Se alguém despertar do coma e sintonizar o guia eleitoral na TV, vai achar que Eduardo Campos está vivo e é candidato único a presidente.

    Fonte: Diário do Poder

Marina Silva é confirmada como candidata à Presidência pelo PSB


Deputado Beto Albuquerque foi anuciado como vice da chapa

Marina Silva foi confirmada como candidata à Presidência pelo PSB no lugar de Eduardo Campos, morto há uma semana em um acidente de avião em Santos. O deputado gaúcho Beto Albuquerque será o vice da chapa. O anúncio foi recebido com gritos de militantes e lideranças do partido, que entoaram "Eduardo presente, Marina presidente!" no diretório do partido, em Brasília.
 

O nome de Marina foi confirmado pelo presidente do partido, Roberto Amaral, depois de três horas de reunião, sem a presença da candidata. Ela chegou à sede do PSB por volta das19h50min, apenas para o anúncio de sua candidatura, e deixou o local cinco minutos depois das 20h.

Apesar da indicação oficial do PSB, a formalização da candidatura só ocorrerá depois de uma reunião com os demais partidos da coligação para homologar a chapa — prevista para ocorrer na manhã de quinta-feira — e do registro dos nomes na Justiça Eleitoral. Todo o processo deve ser realizado nesta quinta.

Escolhido para ser o vice na chapa de Marina Silva na disputa pela presidência, o deputado Beto Albuquerque foi o primeiro a falar. Ele garantiu que a nova dobradinha do PSB seguirá o plano de governo e as ideias defendidas por Eduardo Campos.

— Eduardo sempre dizia “nunca podemos deixar nada pela metade”. Estamos aqui para não deixar as coisas pela metade. Estamos aqui para levar o legado de Eduardo adiante, para realizar as mudanças que o Brasil deseja e impõe — disse o candidato.

 
O gaúcho ainda lembrou que teve duas grandes perdas na vida, o filho Pietro, vítima de leucemia, e Eduardo Campos. E que transformou a derrota em perder o filho para a doença em uma vitória para o país, por meio da Lei Pietro, que estabeleceu a Semana Nacional de Doação de Medula Óssea, realizada anualmente entre os dias 14 e 21 de dezembro, com o objetivo de incentivar o cadastro da população no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).

— Queremos aposentadoria às velhas raposas da política brasileira — lembrou Beto, em alusão à conhecida frase de Campos.

Bastante emocionada, Marina teve de interromper a leitura de seu discurso duas vezes para conter o choro. 

_ Exalto a todos para que saiamos do trauma da tragédia, para nos entendermos. Devemos isso ao Eduardo e ao povo brasileiro. Não vamos desistir do Brasil — afirmou a candidata.


Sobre a convivência intensa com Campos durante o período de campanha eleitoral, Marina afirmou que a união dos dois não era “para dividir um palanque, mas para compartilhar um legado”.

— A despedida de Eduardo foi a afirmação da dignidade na política e devemos partilhá-la — disse Marina, antes de se dirigir para uma entrevista coletiva com jornalistas.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

À beira de uma explosão



Tudo conspira contra o PT, mas, sejamos bem claros: o partido, principalmente através de seu maior símbolo, Lula da Silva, tudo faz para se comprometer e mergulhar na lama e no descrédito. O PT se lambuzou nas tetas do poder e perdeu a noção de limite e de senso de ridículo. Suas principais lideranças amargam condenação por desvio de recursos financeiros públicos, mas não aprenderam nada com a desdita.

Alguma coisa de muito grave está para acontecer. A maré que está se formando começa a fazer ruído e fatalmente irá desaguar em barulho ensurdecedor. Não dá mais para aguentar tanta roubalheira, tanta pouca vergonha, crimes mal explicados (o caso do assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, é um deles), enfim, a população quer respostas que governantes e líderes que aí se encontram não são capazes de oferecer. Estamos à deriva e nos aproximando de queda monumental.
No Congresso Nacional, são poucos os que se salvam entre centenas de pilantras e picaretas (Lula afirmou que, à sua época, eram mais de 300) a sugarem os recursos públicos em proveito próprio, enquanto os que pagam impostos vivem à míngua, sem saúde, educação, transporte público nem segurança. É preciso que se dê um basta a tanta desordem! A Petrobras, empresa símbolo do país, está sendo saqueada e destruída por ratazanas graúdas que lá continuam a roer todas as suas pilastras de sustentação.

Os aposentados, a quem o então presidente FHC chamou de “vagabundos”, veem os seus minguados rendimentos se esvaírem nos empréstimos consignados que nada resolvem e no desespero das necessidades básicas diárias nunca atendidas. As Cidades se encontram entupidas de veículos que não têm para onde ir, porque os espaços se mostram estrangulados. Não temos administradores públicos capazes e tudo é feito na base do improviso. Só temos larápios carregando tudo!

No item segurança, faltam presídios bem como uma legislação que retire os menores infratores das ruas, pois o PT não admite a redução da maioridade penal e os menores de 18 anos assassinam com a maior frieza e crueldade, sendo protegidos por defasado ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). ECA! Os professores são mal pagos e despreparados e a maioria das escolas se encontra em ruínas. E o que falar do transporte escolar, com os alunos conduzidos como bois ao matadouro, amontoados?

Nos mais de cinco mil e 500 municípios do país, a maioria dos prefeitos deveria estar presa, respondendo por desvios e furtos dos mais diversos, se houvesse seriedade na aplicação da legislação vigente. Há um acúmulo tão grande de crimes e desmandos que a população brasileira há muito deu início à prática de fazer Justiça com as próprias mãos. A desordem atingiu nível de descontrole. Diariamente, flagram-se cidadãos e infratores sendo assassinado por integrantes de forças policias. Ninguém está seguro.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

JN: Dilma mudou muito, e não deixou endereço


Divulgação
Josias de Souza
Com o passar dos anos, as pessoas mudam muito. Por exemplo: a Dilma que foi ao ar na noite desta segunda-feira no Jornal Nacional não tinha nada a ver com a Rousseff que prevaleceu na sucessão de 2010 como protótipo da eficiência gerencial. Em menos de quatro anos, a personagem perdeu o colorido e o discurso. Hoje, surpreende mais pelas perguntas que é obrigada a ouvir do que pelas respostas que não consegue dar.
Já na primeira pergunta, Willian Bonner pronunciou o vocábulo “corrupção” uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete vezes. No seu governo houve uma série de escândalos de corrupção, disse ele. Houve corrupção na pasta da Agricultura, corrupção nas Cidades, nos Esportes… Houve escândalo de corrupção na Saúde, nos Transportes… Houve corrupção no Turismo, no Trabalho… A Petrobras é alvo de duas CPIs.
Bonner, finalmente, indagou: qual é a dificuldade de se cercar de pessoas honestas, que lhe permitam formar uma equipe de governo honesta, que evite esta situação que nós vimos de repetidos casos de corrupção? Não há uma sensação no ar de que o PT descuida da questão da corrupção?
A Dilma de 2010, durona e irascível, talvez colocasse o inquiridor petulante para fora da biblioteca do Alvorada a pontapés. A Rousseff de 2014, treinada para suportar o insuportável, repetiu o mesmo lero-lero ensaiado que vem recitando na série de entrevistas e sabatinas que a campanha eleitoral lhe impõe.
No meu governo e no do presidente Lula, a Polícia Federal ganhou autonomia, ela respondeu. Nos nossos governos, o procurador-geral não é chamado de engavetador-geral da República. Criamos a CGU e a Lei de Acesso à Informação, blá, blá, blá…
Antes famosa por mandar para o olho da rua ministros pilhados em malfeitos, Dilma agora defende o lixo que varreu. Muitos daqueles que foram identificados pela mídia como praticantes de atos indevidos foram posteriormente inocentados, declarou, abstendo-se de dar pseudônimo aos bois.
E Bonner: em quatro casos de corrupção, a senhora trocou um ministro por alguém que era do mesmo partido e do mesmo grupo político. Isso não é trocar seis por meia dúzia? Nesse ponto, Dilma citou como evidência do apuro ético de sua administração o caso da chantagem do PR. Em troca de 1min15s de propaganda no rádio e na tevê, o partido do mensaleiro preso Valdemar Costa Neto exigiu a demissão do ministro Cesar Borges (Transportes).
Fui muito criticada por ter substituído o César Borges pelo Paulo Sérgio, declarou a presidente-candidata. Ora, o Paulo Sérgio foi meu ministro e foi ministro do presidente Lula. Quando saiu do ministério, ele ficou dentro do governo noutro cargo importante, que é da Empresa de Planejamento Logístico. O Cesar Borges o substituiu. Posteriormente, eu troquei o César Borges novamente pelo Paulo Sérgio. E o César Borges também ficou dentro do governo, na Secretaria de Portos. Os dois são pessoas que eu escolhi.
Mas não foi exigência do partido?, estranhou Bonner. Dilma enforcou-se com a própria corda: os partidos podem fazer exigências, ela consentiu. Mas eu só aceito quando considero que ambos são pessoas íntegras, competentes, com tradição na área. Troquei porque eu tinha confiança nessas pessoas. Hummm… O telespectador ficou sem entender porque Dilma entregou o escalpo de Cesar Borges ao PR, partido de notória reputação, se o considerava um ministro assim, digamos, irrepreensível.
Na sequência, Bonner esfregou, por assim dizer, o mensalão na face da anfitriã. Seu partido teve um grupo de elite de pessoas corruptas, declarou. Comprovadamente corruptas, enfatizou. Foram julgadas, condenadas e enviadas à prisão, voltou a realçar. Eram corruptos, insistiu. E o PT tratou esses condenados por corrupção como guerreiros, vítimas de injustiça. Isso não é ser condescendente com a corrupção?
A exemplo do que fizera noutras entrevistas, Dilma recorreu à desconversa: eu sou presidente da República, afirmou, como se desejasse convencer-se a si própria de sua condição privilegiada. Não faço nenhuma observação sobre julgamentos realizados pelo Supremo Tribunal Federal. Sabe por quê? Porque a Constituição exige que o presidente da República respeite a autonomia dos outros Poderes.
Mas a senhora condena o comportamento do PT?, insistiu o entrevistador. Eu tenho minhas opiniões pessoais, mas não julgo ações do Supremo, Dilma voltou a escorregar. Bonner insistiu: e quanto à ação do partido? Enquanto eu for presidente, não externo opinião a respeito de julgamento do Supremo, repetiu a entrevistada, como um disco de vinil arranhado.
Entre venenoso e generoso, Bonner ofereceu a Dilma uma derradeira oportunidade para distanciar sua presidência do escândalo que tisnou a gestão do padrinho-antecessor: mas candidata, a pergunta que eu lhe fiz foi sobre a postura do seu partido. Qual sua posição a respeito da postura do seu partido?
Mais lulodependente do que nunca, Dilma preferiu arrastar as correntes dos fantasmas alheios: não vou tomar nenhuma posição que me coloque em confronto com o STF, aceitando ou não. Eu respeito a decisão da Suprema Corte brasileira. Isso não é uma questão subjetiva. Para exercer a Presidência, eu tenho de fazer isso.
De duas, uma: ou Dilma concorda com Lula, que disse que o julgamento dos mensaleiros foi “80% político”, ou aprova as condenações e silencia apenas para não fazer a pose de um navio abandonando os ratos. O petismo não toleraria tamanha afronta.
Patrícia Poeta mudou de assunto. Corrupção não é o único problema, disse ela. A saúde continua sendo a maior preocupação dos brasileiros, segundo o Datafolha. Isso depois de 12 anos de governos do PT. Mais de uma década não foi tempo suficiente para colocar a saúde nos trilhos?
Convidada a fazer um balanço de três mandatos, Dilma falou do Mais Médicos, um programa improvisado em cima da perna, no ano passado, nas pegadas do ronco das ruas de junho. Nós enfrentamos um dos mais graves desafios que há na Saúde, a candidata afirmou. Nós tivemos uma atitude muito corajosa, ela acredita. Contratamos 14.462 médicos, incluindo os cubanos. Cinquenta milhões de brasileiros que não tinham atendimento médico passaram a ter.
A entrevistadora foi ao ponto: a senhora diria, então, diante dos nossos telespectadores, que enfrentam filas e filas nos hospitais, que muitas vezes são atendidos em macas e não conseguem fazer um exame de diagnóstico, que a situação da Saúde no nosso país é minimamente razoável depois de 12 anos de governos do PT?
Não, não acho, não acho, viu-se compelida a admitir Dilma, com a ênfase de três negativas. Quando se imaginava que ela serviria às câmeras uma autocrítica, a candidata dividiu as culpas com governadores e prefeitos. O Brasil precisa também de uma reforma federativa, porque há responsabilidades federais, estaduais e municipais, disse Dilma, antes de repisar a tese segundo a qual o Mais Médicos levou 50 milhões de brasileiros para o Éden da saúde.
Cutucada sobre a inflação alta e o PIB baixo, Dilma serviu o kit básico de desculpas: a crise internacional, o excesso de pessimismo e a perspectiva de melhorias neste segundo semestre. Convidada a utilizar os segundos finais da entrevista para enumerar seus planos para o segundo mandato, declarou o seguinte:
“Fui eleita para dar continuidade aos avanços do governo Lula. Ao mesmo tempo, nós preparamos o Brasil para um novo ciclo de crescimento. O Brasil moderno, mais inclusivo, mais produtivo, mais competitivo. Nós criamos as condições para o país dar um salto, colocando a educação no centro de tudo. E isso significa, Bonner, que nós queremos continuar a ser um país de classe média. Cada vez maior a participação da classe média, mais oportunidades para todos… Eu acredito no Brasil. Acho que, mais do que nunca, todos nós precisamos acreditar no Brasil e diminuir o pessimismo. E peço o voto dos telespectadores e…'' Acabou o tempo, interrompeu Bonner.
Restou a impressão de que, por mais que seus sucessivos entrevistadores tentem, Dilma nunca vai chorar pelo leite derramado durante o seu governo. O diabo é que os 35% de eleitores que a rejeitam parecem achar importante saber quem derramou o leite, por quê e em que circunstâncias… Até para que o fenômeno não se repita num eventual segundo mandato.
Dilma pede um voto de confiança. Mas um telespectador refratário à reeleição talvez pergunte aos seus botões: por que diabos eu deveria confiar uma bandeja com um copo de leite a uma presidente que se esquiva de explicar desastres que envergonhariam qualquer garçom de boteco? Aliás, se fossem repetidas num botequim, algumas das perguntas que soaram no Alvorada talvez terminassem numa troca de sopapos. Mas a Dilma de 2014 já não é a mesma Rousseff de 2010. Ela mudou muito. E não deixou endereço.
- Serviço: aqui, a íntegra da entrevista

FONTE: Blog do Josias