Onisciência De dentro do Complexo Médico Penal, no
Paraná, Eduardo Cunha acompanha atentamente a disputa pela cadeira que
ocupava antes de ser preso pela Lava Jato. Ainda não perdoou Rodrigo
Maia (DEM-RJ), a quem atribui sua cassação. Em conversa recente, citou o
que considera um favor prestado — tê-lo indicado para relatar a reforma
política. No centrão, criticou Rogério Rosso (PSD-DF). Disse que,
quando teve a sua chance, em julho, perdeu por causa de uma “campanha
errática”.
Detalhe Cunha fez até reparos às vestimentas dos
antigos aliados. Achou estranho Rosso ter usado a camisa da Chapecoense
para se lançar candidato — a peça foi presente de um colega de bancada.
Efeito manada Partidos do centrão — incluindo o PSD
de Rosso — discutem seguir o PR e fazer um anúncio oficial de apoio à
candidatura de Rodrigo Maia, em uma data mais próxima à eleição pela
presidência da Câmara.
Em causa própria Durante a visita de Maia à Câmara
paulistana, o vereador Adilson Amadeu (PTB) cobrou a retomada da
discussão do projeto que restringe aos táxis o direito de transportar
passageiros, proibindo aplicativos como o Uber.
Acerto de contas Uma das alternativas apontadas por
peemedebistas para contornar a disputa com o PSDB por espaço na
Secretaria de Governo envolve a criação de uma estrutura paralela, para
que a sigla não fique alijada da relação com o Congresso.
Deu água O grupo do PMDB que hoje ocupa a secretaria
discutiu com instâncias superiores no Planalto a possibilidade de que
uma assessoria especial concentrasse parte das negociações com o
Legislativo. O prognóstico, no entanto, não é positivo.
Chama o síndico Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) foi ao
Conar contra a propaganda do governo sobre a reforma da Previdência. Diz
que a peça é enganosa. O órgão respondeu que não analisa publicidades
políticas e partidárias. O deputado já recorreu.
Papo reto Quem conversou com Carlos Ayres Britto
relata uma visão crítica do ex-ministro do STF à condução de Alexandre
de Moraes (Justiça) da crise penitenciária, a seu ver “reducionista”.
Britto se reuniu com Michel Temer no domingo (15).
Holístico O ex-ministro costuma reiterar sua
confiança em uma abordagem mais “abrangente” do problema. Hoje, tem
dito, cada segmento público joga no colo do outro a responsabilidade.
Siga o dinheiro Em meio às tentativas de contenção
da crise, Michel Temer vai reunir órgãos de inteligência de várias áreas
do governo — incluindo ministros — para pedir que centrem esforços na
movimentação financeira de grupos criminosos, principalmente ligados ao
tráfico.
Mesa redonda Presidente da Associação dos
Magistrados Brasileiros, Jayme de Oliveira quer criar um fórum
permanente de juízes de execução criminal para abastecer o CNJ com
sugestões. Ele fará a proposta aos colegas em reunião nesta terça (17).
Tamanho do buraco Apesar de o Orçamento de 2017 já
ter sido aprovado de acordo com a PEC do teto de gastos, parte da equipe
econômica já fala em um bloqueio da ordem de R$ 50 bilhões caso não
haja um volume elevado de receitas extraordinárias.
Sufoco O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan
Jr. (PSDB), tem dito que a crise nas finanças do município é pior até do
que a enfrentada pelo governo estadual — uma das mais graves do país.
Em casa O Itamaraty anunciará autorização para Yossi
Sheli ser embaixador de Israel no Brasil nesta terça-feira (17). A
indicação do empresário, em setembro, causou reações por sua
inexperiência na área e uma condenação que o proibiu de exercer função
pública até 2015.
TIROTEIO
A candidatura Rodrigo Maia, se vitoriosa, pode ser enterrada pelo STF. E ninguém vai querer ser coveiro da imagem da Câmara.
DE CAMPOS MACHADO, secretário-geral do PTB, partido de Jovair
Arantes, sobre a possibilidade de o STF barrar a reeleição do presidente
da Câmara.
CONTRAPONTO
Bom de papo
Aproveitando o clima de disputa na Câmara, o governador Geraldo
Alckmin narrou a deputados que foram ao Bandeirantes ver Rodrigo Maia
nesta segunda (16) um episódio em que as tensões se elevaram no
plenário.
Contou ele que, quando ainda era deputado, viu o colega Luiz Carlos
Hauly em vias de trocar socos com outro parlamentar. Menor que os dois,
Alckmin se aproximou com cautela para apartar a briga — ele só não se
deu conta de que o entrevero estava sendo filmado e iria parar na TV. No
dia seguinte, foi abordado na rua:
— Deputado, assisti à confusão na televisão! O senhor é bom de briga, mesmo!
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