Tudo ou nada O PT promete contra-atacar a denúncia
do Ministério Público sobre Lula. A tática é subir o tom e dizer que
está em curso um “golpe continuado” para impedi-lo de voltar à
Presidência em 2018. A sigla quer intensificar a campanha internacional
iniciada no impeachment. Para braços da Lava Jato, a apresentação da
denúncia tal como foi feita pode ter “carregado na tinta” para além do
tríplex, o que acentuará reações. Tucanos concordam e temem risco de
vitimização do ex-presidente.
Significa? O PSDB preferiu ser econômico na nota
divulgada após a apresentação do Ministério Público. Sequer cita Lula.
“O problema dele é com o Moro, não com o Aécio”, sustenta um tucano.
Casa cheia Grupos do partido convocaram militantes
para comparecer à entrevista do ex-presidente durante a reunião da
direção petista. A ideia é reproduzir o clima de sua fala no dia em que
houve a condução coercitiva.
Cicatriz Apesar de pintados para a guerra, é ponto quase unânime que a denúncia já causou um dano sem precedentes à imagem de Lula.
Alistamento O PT quer que a defesa do ex-presidente
entre na agenda dos movimentos sociais, de todas as instâncias
partidárias e das bancadas no Congresso. Reclama que somente o
presidente da legenda, Rui Falcão, tem feito o “enfrentamento”.
Última chance Para o partido, o contra-ataque é
necessário para evitar o próximo passo: a eventual prisão de Lula. “Ou
reagimos agora ou adeus”, diz um dirigente.
Régua eleitoral Aliados de Fernando Haddad (PT) em SP medem possíveis impactos da ação contra o ex-presidente pela Lava Jato.
Vem comigo? Mesmo diante do racha tucano, a campanha
de João Doria (PSDB-SP) ainda espera ter Fernando Henrique Cardoso nos
programas eleitorais.
Café e leite A menos de vinte dias da eleição, o
PSDB paulistano também cogita convidar Aécio Neves, presidente nacional
do partido, para entrar na propaganda.
Desquite É cada vez mais consensual no Planalto a
ideia de que o PSDB deve pedir o divórcio em 2017. Michel Temer já disse
a aliados ter partilhado de avaliação semelhante com José Sarney.
Pre-pa-ra O TCU deve julgar na semana que vem as
responsabilidades sobre as pedaladas. Ministros indicam que Arno
Augustin, ex-secretário do Tesouro Nacional, tende a ser inabilitado do
serviço público por oito anos.
Os outros O tribunal tem dúvidas sobre aplicar ou
não a mesma punição ao ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. Nelson
Barbosa, que também chefiou a equipe econômica de Dilma, e Dyogo
Oliveira, atual titular do Planejamento, podem ficar fora.
Chama o reforço Na reunião com deputados na
residência de Rodrigo Maia, Henrique Meirelles (Fazenda) foi alertado de
que, sem articulação pessoal de Michel Temer, dificilmente a PEC do
teto de gastos passará pela Câmara como quer o Planalto.
Bom aluno Meirelles passou parte do encontro tomando notas de próprio punho. A previsão otimista é a de votação da proposta em outubro.
Te conheço? Rogério Rosso (PSD-DF), candidato de
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Câmara, foi um dos que
procuraram o deputado cassado. O peemedebista mandou avisar que não
receberia ninguém que se dizia aliado mas que votou para que perdesse o
mandato.
Ponta da língua Para testar a memória do aliado, um
deputado questionou Cunha sobre quais ministros estavam presentes em
certo evento. Ele deu não só os nomes, mas também o cardápio e o rótulo
do vinho servido — o encontro estará em seu livro sobre o impeachment.
TIROTEIO
Antes tarde do que nunca, mas os custos políticos da demora feriram a democracia brasileira com o golpe do impeachment.
DA EX-PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF, sobre a cassação de seu algoz, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
CONTRAPONTO
Solucionado está
Durante audiência da bancada do Rio Grande do Norte nesta terça-feira
(13), um grupo de congressistas discutia como fazer para levar recursos
para ampliar o Centro de Convenções do Estado. A obra está com
problemas de dinheiro e a empresa que toca o empreendimento ameaça
abandonar o projeto.
Diante do impasse, o senador José Agripino (DEM) resolveu dar um palpite:
— O ministro do Turismo poderia ir lá vistoriar a obra e, assim, passar confiança à empreiteira.
— Melhor do que isso é levar logo o dinheiro — rebateu Garibaldi Alves (PMDB).
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POLÍTICA E ECONOMIA