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O boneco inflável do presidente do STF, Ricardo Lewandowski, chamado de Petralovski |
O STF (Supremo Tribunal Federal) enviou à Polícia Federal um pedido para
que seja aberta uma investigação para apurar os responsáveis por levar
para uma manifestação na avenida Paulista bonecos do presidente do
Tribunal, Ricardo Lewandowski, e do procurador-geral da República,
Rodrigo Janot.
Um oficio assinado pelo secretário de Segurança do Supremo, Murilo Herz,
afirma que os dois bonecos da linha pixuleko representam uma "grave
ameaça à ordem pública e inaceitável atentado à credibilidade" do
Judiciário e ultrapassam a liberdade de expressão.
No dia 19 de junho, segundo o Supremo, manifestantes do grupo Nas Ruas
levaram para a avenida Paulista, em frente ao Masp, dois bonecos em
alusão ao presidente do STF e ao procurador-geral. Lewandowski aparecia
de terno, gravata vermelha, estrela vermelha com a sigla PT no peito, e
foi chamado de Petralovski.
O outro mostrava a figura de Janot como um arquivo, também com gravata e
estrelas vermelhas, e ainda a grafia Petralhas. Ele foi apelidado de
Enganô.
A Secretaria de Segurança, ligada à presidência, pede que seja
investigado se o ato caracterizou crime de difamação, que tem como
punição prevista detenção, de três meses a um ano, e multa.
De acordo com o Supremo, "foi identificada, como suposta líder da
manifestação, Carla Zambelli Salgado", que no ano passado se acorrentou
na Câmara dos Deputados para defender o impeachment da presidente
afastada Dilma Rousseff.
"Tais condutas, no entender desta secretaria, que atua no estrito
exercício de suas atribuições funcionais, representaram grave ameaça à
ordem pública e inaceitável atentado à credibilidade de uma das
principais instituições que dão suporte ao Estado Democrático de
Direito, qual seja, o Poder Judiciário, com o potencial de colocar em
risco –sobretudo se foram reiteradas– o seu regular funcionamento", diz o
texto.
"Configuram, ademais, intolerável atentado à honra do Chefe desse Poder
e, em consequência, à própria dignidade da Justiça Brasileira,
extrapolando, em muito, a liberdade de expressão que o texto
constitucional garante a todos os cidadãos, quando mais não seja, por
consubstanciarem em tese, incitação à prática de crimes e à
insubordinação em face de duas das mais altas autoridades do país."
O secretário pede que sejam tomadas medidas "em caráter de urgência" com
todos os esforços "no sentido de Interromper a nefasta campanha
difamatória contra o chefe do Poder Judiciário, de maneira a que esses
constrangimentos não mais se repitam".
Além de Lewandowski, outros ministros do Supremo, como Dias Toffoli,
Marco Aurélio e Teori Zavaskci, relator da Lava Jaro, também foram alvos
de protestos com bonecos, assim como o juiz Sergio Moro. No cenário
político, o ex-presidente Lula apareceu de roupa de presidiário e a presidente afastada Dilma Rousseff também ganhou sua versão.
Procurada pela Folha, Carla Zambelli Salgado afirmou que está à
disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos necessários,
mas criticou a decisão do Supremo.
"Grande ameaça são as decisões do Supremo e desembargadores amigos de preso que vem tentando desconstruir a Lava Jato, como a soltura do ex-ministro Paulo Bernardo
[que foi preso na Operação Custo Brasil], e a contrariedade ao
entendimento da segunda instância fixado pelo próprio Supremo", afirmou.
"Os bonecos são charges em terceira dimensão e o Supremo deveria tomar isso como uma crítica construtiva", completou.
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