A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva,
criticou nesta quarta-feira (27) a polarização dos
últimos 20 entre PT e PSDB. A ex-senadora afirmou
que os dois partidos perderam a "capacidade de se
escutar e de escutar a sociedade brasileira". De
acordo com a candidata, as pessoas estão "ávidas por
distensionar o país".
Questionada ao desembarcar no aeroporto Santos Dumont, no Rio, se poderia adiantar a resposta que pretende dar em rede
nacional sobre o avião da campanha do PSB que caiu e levou à morte do
presidenciável Eduardo Campos e de outras seis pessoas, Marina limitou-se a
dizer que "na hora em que ele [William Bonner, apresentador do JN] me
perguntar eu darei a resposta".
De acordo com reportagem do "JN", exibida nesta terça-feira (26), o avião
usado por Campos foi pago por meio de empresas fantasmas. O "JN" mostrou
que, entre as empresas, estão a peixaria Geovane Pescados, a RM Construtora
-que funciona numa casa no Recife (PE)- e a Câmara & Vasconcelos, cuja sede
é uma sala vazia.
Marina chegou ao aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio, no final da
manhã. À noite, ela participa de entrevista na bancada do "Jornal Nacional",
da TV Globo. Marina e sua equipe de campanha chegaram ao Rio de São
Paulo em um voo de carreira.
A candidata não tem agendas durante a tarde e irá se preparar para a
entrevista na bancada do "JN" em um hotel na cidade, cujo nome não foi
divulgado por sua assessoria de imprensa.
PESQUISA E DEBATE
Questionada sobre o resultado da última pesquisa do Ibope, que a colocou em
primeiro lugar num eventual segundo turno, e também sobre a avaliação que
fez sobre seu desempenho no debate de terça, na TV Bandeirantes, Marina
evitou fazer comentários pontuais e preferiu usar suas respostas para
reafirmar convicções de campanha.
Disse que o retorno que teve sobre o debate foi que as pessoas que assistiram
gostaram do que ela chamou de coerência de dizer que sua candidatura não
quer o embate e sim "discutir o Brasil e uni-lo em torno de ideias". Sobre a
pesquisa, afirmou que pretende manter a trajetória de crescimento nas
intenções de voto "tratando com muito respeito os cidadãos e cidadãs
brasileiras".
Segundo Marina, a sociedade não está disposta a romper com todas as
referências de governos passados e começar tudo do zero. Em sua avaliação, o
desejo geral é que o que foi feito de bom em mandatos passados seja
preservado e ampliado.
"Infelizmente, nos últimos 20 anos essa polarização fez com que eles [PT e
PSDB] perdessem a capacidade de se escutar e escutar a sociedade brasileira.
A sociedade não está mais na frequência de negar tudo e começar do zero. As
pessoas querem que os acúmulos sejam preservados para que eles possam ser
ampliados", disse a jornalistas na saída do aeroporto.
A candidata voltou a afirmar que, se eleita, vai buscar nos quadros de outros
partidos nomes que estão "no banco de reservas" para compor seu governo,
sem, contudo, citar nomes. Ela prometeu governar com os melhores e disse
que pessoas boas podem sem encontradas em todos os partidos, nas
empresas, no chamado empreendedorismo social e na juventude.
Marina disse ainda que o Brasil terá uma agenda que não poderá ser mudada
com as futuras trocas de governo. A candidata comparou o momento do Brasil
deste século com o dos Estados Unidos do século passado, uma potência
emergente que tem "vantagens comparativas" em relação aos países
desenvolvidos.
"O Brasil está para o século vinte um assim como os Estados Unidos
estiveram para o século vinte: um país jovem competindo com países de
cultura milenar que soube usar para os padrões do século vinte as vantagens
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