O candidato à Presidência da República pelo PSB, Eduardo
Campos, afirmou na noite desta terça-feira que ele e seu partido
deixaram o governo federal porque “aquilo que foi prometido não
aconteceu”. A declaração foi dada durante sabatina no Jornal Nacional,
ao ser questionado sobre o fato de o partido ter apoiado o governo
federal ao longo de 10 anos. Campos lembrou que a decisão da presidente
Dilma Rousseff em apoiar Renan Calheiros (PMDB) à presidência do Senado
também foi um fator que pesou contra à aliança com o PSB.
Ao longo de 15 minutos, o candidato também foi
questionado sobre o apoio que deu na campanha de sua mãe, Ana Arraes,
para assumir uma vaga vitalícia no Tribunal de Contas da União, e de
dois parentes ao Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco. Segundo
ele, todos esses processos foram legítimos. Em relação ao apoio dado na
candidatura de Ana Arraes, ele lembrou ainda que ela foi escolhida pelos
seus colegas na época em que era deputada federal. “Se a nomeação fosse
minha, e dependesse de mim, sim, seria nepotismo”, enfatizou.
Inclusive, aproveitou para dizer que defende a
realização de reformas para acabar com cargos vitalícios na Justiça,
lembrando que o deverá caber ao novo presidente a indicação para as
cinco vagas que estão abertas no Supremo Tribunal Federal (STF).
Na sabatina, Campos também foi contestado pela aliança
com Marina Silva, a sua vice, uma vez que os cada um representa linhas
diversas em alguns pontos. “As contradições se resolvem com diálogo.
Marina não tem nada contra o desenvolvimento econômico. O que ela
defende é que o desenvolvimento respeite o meio ambiente”. Ele afirmou
ainda que o plano de governo não será feito por “posições pessoais”, mas
por conceitos técnicos e de especialistas.
O
presidenciável não poupou críticas ao governo de Dilma Rousseff. Citou a
falta de “regras claras” nas negociações com empresários, o que tem
prejudicado o desenvolvimento da economia, e a inflação, que, segundo
ele, está “corroendo o salário mínimo”. Ele também afirmou ser possível
pôr em prática as promessas de sua campanha, como adotar o passe livre
para os estudantes, implantar as escolas em turno integral e ampliar em
10 vezes o orçamento da segurança pública. “É possível fazendo
planejamento trazer a inflação para o centro da meta e fazer o País
crescer com responsabilidade. O Brasil pode ir muito mais longe”,
afirmou.
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FONTE: Terra
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