terça-feira, 5 de agosto de 2014

Romeu Tuma Júnior acusa Polícia Federal de tentar detê-lo

Ex-secretário nacional de Justiça é autor de livro com denúncias de que PT teria uma fábrica de dossiês

SÃO PAULO - O ex-secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Júnior acusa a Polícia Federal de tentar detê-lo para prestar depoimento na manhã desta terça-feira, em São Paulo. Ele é autor do livro "Assassinato de Reputações — Um Crime de Estado", em que narra bastidores do período em que ocupou o cargo durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com Tuma Junior, quatro agentes chegaram ao seu escritório de advocacia por volta das 10h30m e disseram que tinham uma ordem para conduzi-lo coercitivamente para prestar depoimento na sede da PF. O ex-secretário teria se recusado, e teria ocorrido bate-boca.

- Não aceitei e fui por minha conta. É uma abuso. Para ser conduzido coercitivamente, é necessário ter sido intimado várias vezes, o que não aconteceu - disse Tuma Júnior.

A Polícia Federal informou que o ex-secretário foi ouvido em inquérito que corre em Brasília e que os agentes foram até o escritório dele para intimá-lo. De acordo com a PF, ele só seria conduzido coercitivamente caso se recusasse a comparecer. Ainda segundo o órgão, ele havia sido intimado outras vezes por meio de seu advogado, mas não cumpriu a intimação. Os detalhes da investigação serão divulgados mais tarde pela superintendência, em Brasília. O depoimento durou dez minutos, e Tuma entrou e saiu em seu próprio carro.

Na PF, o ex-secretário afirmou que conversou com um delegado chamado "Gali", que seria da delegacia fazendária:
- Eles só queriam olhar para a minha a cara. Não tinham nada para perguntar. Eu já prestei depoimento.

No livro, Tuma Júnior relata que a estrutura do governo petista seria usada para produzir dossiês contra adversários políticos e que teria ouvido do ministro Gilberto Carvalho a confissão de que o ex-prefeito de Santo André Celso Daniel teria sido assassinado depois de descobrir um esquema clandestino de arrecadação de dinheiro para beneficiar o PT:
- Já prestei vários depoimentos na Polícia Federal depois da publicação do livro. Eles querem saber da minha vida.

O ex-secretário pretende tomar medidas contra a suposta ação da PF.
- Vou apresentar representação na OAB e no Ministério Publico. Foi uma afronta - afirma.

Fonte: O Globo

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