Parodiando a letra cantada por Ney Matogrosso, eu digo que já vi sim, o rastro da cobra e o couro do lobisomem. Ney Matogrosso na canção, diz que nunca viu, e que tem mais, que "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come". Eu já vi, nós já vimos o rastro da cobra e o couro do lobisomem. E de fato, já corremos e ainda assim o bicho nos pegou, e então decidimos ficar e lutar contra o bicho, e ele está nos comendo.
Em junho de 2002, isto há 12 anos, o governo FHC, com a intervenção na PREVI, fez nela um grande estrago, demolindo o pouco ou quase nada de bom do que restara da cilada que foi a reforma do estatuto e o Acordo de 1997 com seu Aditivo, a partir dos quais, nossos problemas começaram e se agravaram. Acrescente-se ainda, outras intervenções diretas e indiretas, alterações violentas nos regulamentos dos planos de benefícios, ainda durante aquele governo, e mais as LC 108 e 109, de 2001, sem entrar nos seus detalhes já conhecidos. Prevalecia a ingerência nos direcionamentos das aplicações dos nossos recursos, segundo interesses de pessoas ou de grandes e pequenos grupos de empresas e financeiras.
Em outubro daquele ano de 2002, Lula se elegeu para seu primeira mandato, e pairou sobre nós a esperança de que finalmente estava encerrada a fase dos assaltos dos tucanos contra a PREVI, e que teríamos dai por diante, um governo aliado às nossas justas causas, reparando o que nos foi subtraído, e que nossos direitos seriam respeitados e as leis que regem os fundos de pensão seriam cumpridas.
Esperanças frustradas. As ingerências de todas as formas continuaram, e de certa forma se agravaram. Intervenções brancas nos fundos, especialmente na PREVI com seus fabulosos e cobiçados ativos de R$160 bilhões, sejam reais ou virtuais. Com o argumento de regulamentar a LC 109, esse governo pariu a Resolução 26 que atropela as determinações da própria LC 109, criou barreiras no Judiciário e no Legislativo para impedir o trânsito e o sucesso das nossas lícitas e justas reivindicações.
Contudo, resta-nos gritar até o último grito e continuar lutando até o último fôlego pelos corredores e gabinetes dos Legislativo e do Judiciário.
Não nos iludamos. Este governo assim faz, e os tucanos também fariam, e se voltarem ao governo, farão o mesmo e ainda pior, com seu estilo próprio e bem afinado com o capitalismo. Trata-se de uma política de Estado e não de governo, como alertou o colega Dr. Ryu Brito.
Em verdade, não identificamos no atual quadro político eleitoral, forças ou correntes políticas e partidárias que contenham nomes confiáveis a nosso favor. Pelo menos, em não despontando outra opção que nos seja favorável para escolha do voto nas próximas eleições, temos a escolher, infelizmente, entre a foice de um socialismo deformado e corrompido por uma dúzia de maus correligionários, ou a espada implacável de um capitalismo privatista e carniceiro.
A privataria tucana não conseguiu privatizar o BB, ou não teve tempo para isto. Imaginando o amplo espectro das consequências para a atividade econômica e social do país decorrente de uma privatização do BB, e olhando para o nosso umbigo, sem egoísmo, podemos imaginar o que seria de nós em relação à PREVI
Para quem não se lembra, recordamos o que disse o ícone capitalista, ex-ministro Mailson da Nóbrega, ao ícone da comunicação capitalista, Revista Veja:: "Já não existe falha de mercado que exija um BB estatal. A ingerência do governo indicou que é preciso protegê-lo definitivamente. A saída mais óbvia é a privatização". Ora, se “já não existe falha de mercado” então existiu a falha e o BB corrigiu. Então o “professor” Mailson admite a necessidade de intervenção do Estado !
Mais recentemente, o interesse privatista voltou à carga, pressionando o governo para que o BB disponibilize no mercado, todas as suas mais rendosas carteiras e fique resumido apenas à carteira agrícola, o que por sua natureza, em termos de rentabilidade e recuperação de crédito é um abacaxi. É preciso considerar que o volume de ações do BB nas mãos do governo ja está em nível crítico e arriscado. Há também o perigo imposto pelas injunções econômicas e o interesse do projeto político do governo em obter o apoio do poder econômico. Como já dissemos em outra oportunidade, acende uma vela pra Deus e duas pro diabo.
Roberto Abdian
Em junho de 2002, isto há 12 anos, o governo FHC, com a intervenção na PREVI, fez nela um grande estrago, demolindo o pouco ou quase nada de bom do que restara da cilada que foi a reforma do estatuto e o Acordo de 1997 com seu Aditivo, a partir dos quais, nossos problemas começaram e se agravaram. Acrescente-se ainda, outras intervenções diretas e indiretas, alterações violentas nos regulamentos dos planos de benefícios, ainda durante aquele governo, e mais as LC 108 e 109, de 2001, sem entrar nos seus detalhes já conhecidos. Prevalecia a ingerência nos direcionamentos das aplicações dos nossos recursos, segundo interesses de pessoas ou de grandes e pequenos grupos de empresas e financeiras.
Em outubro daquele ano de 2002, Lula se elegeu para seu primeira mandato, e pairou sobre nós a esperança de que finalmente estava encerrada a fase dos assaltos dos tucanos contra a PREVI, e que teríamos dai por diante, um governo aliado às nossas justas causas, reparando o que nos foi subtraído, e que nossos direitos seriam respeitados e as leis que regem os fundos de pensão seriam cumpridas.
Esperanças frustradas. As ingerências de todas as formas continuaram, e de certa forma se agravaram. Intervenções brancas nos fundos, especialmente na PREVI com seus fabulosos e cobiçados ativos de R$160 bilhões, sejam reais ou virtuais. Com o argumento de regulamentar a LC 109, esse governo pariu a Resolução 26 que atropela as determinações da própria LC 109, criou barreiras no Judiciário e no Legislativo para impedir o trânsito e o sucesso das nossas lícitas e justas reivindicações.
Contudo, resta-nos gritar até o último grito e continuar lutando até o último fôlego pelos corredores e gabinetes dos Legislativo e do Judiciário.
Não nos iludamos. Este governo assim faz, e os tucanos também fariam, e se voltarem ao governo, farão o mesmo e ainda pior, com seu estilo próprio e bem afinado com o capitalismo. Trata-se de uma política de Estado e não de governo, como alertou o colega Dr. Ryu Brito.
Em verdade, não identificamos no atual quadro político eleitoral, forças ou correntes políticas e partidárias que contenham nomes confiáveis a nosso favor. Pelo menos, em não despontando outra opção que nos seja favorável para escolha do voto nas próximas eleições, temos a escolher, infelizmente, entre a foice de um socialismo deformado e corrompido por uma dúzia de maus correligionários, ou a espada implacável de um capitalismo privatista e carniceiro.
A privataria tucana não conseguiu privatizar o BB, ou não teve tempo para isto. Imaginando o amplo espectro das consequências para a atividade econômica e social do país decorrente de uma privatização do BB, e olhando para o nosso umbigo, sem egoísmo, podemos imaginar o que seria de nós em relação à PREVI
Para quem não se lembra, recordamos o que disse o ícone capitalista, ex-ministro Mailson da Nóbrega, ao ícone da comunicação capitalista, Revista Veja:: "Já não existe falha de mercado que exija um BB estatal. A ingerência do governo indicou que é preciso protegê-lo definitivamente. A saída mais óbvia é a privatização". Ora, se “já não existe falha de mercado” então existiu a falha e o BB corrigiu. Então o “professor” Mailson admite a necessidade de intervenção do Estado !
Mais recentemente, o interesse privatista voltou à carga, pressionando o governo para que o BB disponibilize no mercado, todas as suas mais rendosas carteiras e fique resumido apenas à carteira agrícola, o que por sua natureza, em termos de rentabilidade e recuperação de crédito é um abacaxi. É preciso considerar que o volume de ações do BB nas mãos do governo ja está em nível crítico e arriscado. Há também o perigo imposto pelas injunções econômicas e o interesse do projeto político do governo em obter o apoio do poder econômico. Como já dissemos em outra oportunidade, acende uma vela pra Deus e duas pro diabo.
Roberto Abdian
O articulista tem inúmeros argumentos e fundamentações a seu favor.
ResponderExcluirDe minha parte, contudo, só uma única: desde que o Banco do Brasil S.A. deixou de atuar como instituição de progresso e desenvolvimento e passou a concorrer no mercado comum com as demais instituições financeiras privadas, assinou literalmente sua própria sentença de morte.
Não satisfaz mais aos anseios da sociedade e isto é assertiva de seus funcionários ainda na ativa.